Boa tarde,
Sem surpresa, Álvaro Santos Pereira foi anunciado como o novo governador do Banco de Portugal, o que em setembro trará o até agora economista-chefe na OCDE de volta para Portugal. Deixa assim Paris antes de terminar o mandato, para liderar uma instituição golpeada por investigações judiciais, desgastada pelos conflitos entre Mário Centeno e o Governo de Luis Montenegro e debilitada por guerras internas.
No perfil que esta quinta-feira publicamos, recordamos como o antigo ministro de Economia de Passos Coelho gosta de sublinhar “que é independente e não tem filiação partidária”. Mas tem experiência política e um percurso que o tornou conhecido, não só por defender a internacionalização dos pastéis de nata, mas por não ter papas na língua.
Do seu passado também constam braços de ferro famosos, nomeadamente com Vítor Gaspar, na altura ministro das Finanças e com o Governo de António Costa, a propósito de um relatório sobre corrupção com mensagens críticas sobre Portugal, era então diretor do departamento de estudos de países da OCDE.
Entra Álvaro Santos Pereira, sai Mário Centeno, que está longe de ser caso único na zona euro como governador de um banco central que transitou diretamente do Governo. Entre os 20 representantes dos países europeus no Banco Central Europeu (BCE), 30% saltaram de ministérios para o regulador..
Notícia também o facto de o Presidente da República ter decidido enviar para o Tribunal Constitucional a nova Lei dos Estrangeiros. Marcelo considera que o decreto está marcado por insegurança jurídica e pelo risco de “potenciais tratamentos diferenciados e discriminatórios”, falando inclusivamente numa possível violação do direito da UE.
Esta quinta-feira houve outra nomeação, que coloca o juiz José Mouraz Lopes como presidente do Mecanismo Nacional Anticorrupção. Para o Governo, a escolha vai dar uma nova força ao organismo, sendo que não há muito tempo Mouraz Lopes era uma voz bastante crítica de organismos desta natureza, considerando que não eram eficazes.
No plano económico, o Banco Central Europeu decidiu por unanimidade parar, por agora, o ciclo de corte de juros, mantendo a principal taxa de referência nos 2%. É altura de “esperar para ver”, sublinhou Christine Lagarde, presidente do BCE, com os banqueiros do euro atentos às negociações de Bruxelas com a Casa Branca sobre as tarifas e às medidas que a China vai tomar para impedir o ‘despejo’ da sua sobreprodução na Europa a preços baratos, na sequência da cimeira desta quinta-feira em Pequim.
Temos outros destaques, que lhe deixamos abaixo, para que fica a par da atualidade.
Voltamos amanhã, votos de boas leituras.
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