Caro leitor,
Quarta-feira começou com buscas matutinas ao domicílio de vários elementos da claque Super Dragões do FC Porto que resultaram em doze detidos, entre os quais do líder Fernando Madureira (aka, Macaco) e de dois funcionários do clube.
Durante o expediente,foram apreendidas drogas, uma arma, três carros e milhares de euros, e a Procuradoria-Geral Distrital do Porto explicou que a “Operação Pretoriano” investigava os incidentes na AG do FC Porto de 13 de novembro e uma longa série de indícios. “Crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação”, leu-se no comunicado.
Recuemos um bocadinho no tempo: na referida AG, onde seriam discutidos os novos estatutos do FC Porto, registaram-se insultos, empurrões e agressões num pavilhão sobrelotado que manifestamente não reunia as condições de segurança necessárias para o encontro. Depois disso, ouviram-se petardos perto da casa de André Villas-Boas (AVB) e o segurança da sua residência foi assaltado, agredido e levado ao hospital.
Ora, para as autoridades, tudo isto terá resultado de um plano elaborado por Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto, em conluio com elementos dos Super Dragões, para intimidar os apoiantes da candidatura de AVB (e o próprio AVB) e impedi-los de votarem contra os novos estatutos do clube. Durante a AG, os detidos gritaram frases como: “Bazem daqui ou vão morrer”; “O Porto é nosso”; “Quem não está com Pinto da Costa vai morrer”.
Em troca, suspeita o Ministério Público, Caldeira terá garantido que a claque continuaria a receber bilhetes para jogos de futebol e outras regalias; administrador “repudia” o que lhe foi imputado pelo Ministério Público e garante que agirá judicialmente.
O que achar disto? Bom, as (alegadas) ligações promíscuas entre clubes, presidentes de clubes e as claques de clubes já foram objeto de investigações; os problemas com os No Name, com a Juve Leo ou com os Super Dragões não surpreendem e o nome dado a esta operação - “Operação Pretoriano” - ajusta-se como uma chuteira nos pés de Maradona. Faz todo o sentido.
CURTAS
Agricultura. Já se sabia que os agricultores estavam em protesto em França e na Alemanha e que isso poderia ter “um impacto brutal” em Portugal. Agora, são os próprios agricultores portugueses que preparam manifestações cá no burgo em resposta a políticas governamentais.
Extremos. A manifestação anti-islamização que está programada para o próximo sábado - e que a Câmara Municipal de Lisboa não autoriza - conta com apoiantes e ex-apoiantes do Chega.
Açores. Há eleições este domingo e há um jogo político à direita que se encontra num impasse.
Abacates. A CCDR do Alentejo chumbou o Projeto Agroflorestal das Herdades de Murta e Monte Novo que previa 34 furos de água e que iria multiplicar por muitos a área de abacatal no concelho.
Demissão. José Fafe demitiu-se da liderança da Global Media após quatro meses no “exercício de funções”, por sentir que estavam “esgotadas as condições” para as tarefas. Há semanas, em entrevista ao Expresso, Fafe disse que saía sempre bem de qualquer situação em que se tivesse metido.
Por hoje é tudo, tenha um bom resto de dia e continue ligado ao Expresso.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pmcandeias@expresso.impresa.pt