Talvez esta semana seja apenas mais uma destinada a ser esquecida pela maior parte dos portugueses, mas este dia 3 de julho fica marcado por uma tragédia que abalou o mundo do desporto.
Diogo Jota, avançado do Liverpool e da seleção nacional, faleceu esta madrugada, num violento acidente de viação em Espanha.
O jogador, de 28 anos, seguia viagem com o irmão, André Silva, também ele futebolista, quando o veículo em que seguiam saiu da estrada e incendiou-se, após o rebentamento de um pneu durante uma ultrapassagem.
A notícia da morte de Jota, poucos dias depois de ter celebrado o casamento com a mãe dos seus três filhos, está a gerar uma onda de comoção internacional.
Políticos e jogadores de futebol, clubes e instituições desportivas, como o Liverpool FC, a Federação Portuguesa de Futebol e a UEFA, já vieram manifestar publicamente o seu pesar.
Nas primeiras horas da manhã, os termos mais pesquisados nos motores de busca online refletiam o impacto da notícia: “Diogo Jota”, “Lamborghini”, “André Silva” e “Liverpool” lideravam as tendências.
Mas esta não é a única narrativa a dominar o espaço mediático.
Esta semana fica também marcada pelo regresso de figuras conhecidas às portas dos tribunais: José Sócrates enfrenta esta quinta-feira o primeiro dia de julgamento no âmbito da Operação Marquês, um dos processos judiciais mais mediáticos da história recente portuguesa.
Paralelamente, prossegue o julgamento que opõe os irmãos Anjos à humorista Joana Marques, que tem alimentado muitos posts nas redes sociais e alguns debates sobre liberdade de expressão e limites do humor.
É sobre este caso em particular que, esta semana, sugerimos a escuta de vários podcasts 🎧🎧
A fechar esta newsletter deixo aqui o link para a conferência que comecei a ouvir esta tarde - e que aconteceu ontem no 34.º congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) - com Anne Applebaum, historiadora e jornalista norte-americana, prémio Pulitzer, sob o mote ‘O que está realmente por trás da nova ordem mundial?’
Por volta das 7h38min do vídeo, Applebaum deixa uma nota positiva: “Existem sempre boas razões para ter esperança. É irresponsável ser pessimista numa altura como esta” 👀👀👀
Entretanto, à Agência Lusa, a jornalista deu uma entrevista em que afirma que as autocracias modernas "têm utilizado com sucesso a tecnologia de vigilância, a manipulação das emoções e dos sentimentos na Internet através das redes sociais" e “é provavelmente verdade que os chineses conseguem seguir os seus cidadãos, tanto 'online' como 'offline', utilizando a IA de uma forma que ainda ninguém consegue fazer”.
E acrescenta: “é provavelmente verdade que outros países irão nessa direção”.
A principal ferramenta tem sido a procura de mensagens “que dividam as pessoas e polarizem a sociedade” - e o resto da entrevista pode ler aqui.
JB: Woolf, volto ao tema de abertura deste 'Conversas ao Ouvido' para te perguntar como podemos e devemos lidar com a notícia de uma morte inesperada.
Lidar com uma morte inesperada é uma das experiências mais difíceis e desorientadoras que alguém pode enfrentar. A ausência súbita de uma pessoa querida deixa um vazio profundo e levanta muitas perguntas sem resposta. Aqui estão algumas formas de compreender e processar esse tipo de perda:
🧠 1. Entender o impacto emocional
A morte inesperada pode provocar uma avalanche de emoções: choque, negação, raiva, tristeza profunda e até culpa. Esses sentimentos são normais e fazem parte do processo de luto. O cérebro precisa de tempo para assimilar a realidade da perda.
Importante: Não há uma forma “certa” de sentir ou reagir. Cada pessoa lida com o luto à sua maneira.
⏳ 2. Aceitar que o luto é um processo
O luto não é linear. Pode vir em ondas, com dias melhores e outros mais difíceis. Algumas fases comuns incluem:
Negação: “Isto não pode estar a acontecer.”
Raiva: “Porquê ele/ela? Porquê agora?”
Negociação: “E se eu tivesse feito algo diferente?”
Depressão: Tristeza profunda e sensação de vazio.
Aceitação: Reconhecimento da perda e início da reconstrução emocional.
🧩 3. Procurar sentido (mesmo quando não há respostas)
É natural tentar encontrar explicações ou um propósito para a perda. Embora nem sempre haja uma resposta clara, muitas pessoas encontram consolo em:
Espiritualidade ou fé
Memórias e legado deixado pela pessoa
Apoio de amigos, família ou grupos de luto
🤝 4. Falar sobre a perda
Conversar com alguém de confiança — um amigo, familiar ou terapeuta — pode ajudar a aliviar o peso emocional. Partilhar memórias, sentimentos e até dúvidas é uma forma de honrar a pessoa que partiu e cuidar de si mesmo.
🧘 5. Cuidar da saúde mental e física
O luto afeta o corpo e a mente. Dormir, alimentar-se bem e manter alguma rotina pode ajudar a recuperar o equilíbrio. Se a dor for muito intensa ou persistente, procurar ajuda profissional é um ato de coragem, não de fraqueza.
Se quiseres, posso ajudar a escrever um texto de homenagem, uma carta de despedida ou até sugerir formas de manter viva a memória da pessoa. Queres que te ajude com isso?
JB: Não preciso de mais ajuda da IA, prefiro citar a mensagem de Cristiano Ronaldo no Instagram:
“Descansem em Paz, Diogo e André. Vamos todos sentir a vossa falta.”
As Conversas ao Ouvido voltam na próxima quinta-feira. Até lá, acompanhe toda a atualidade em Expresso.pt
E, já sabe, se ouvir algum dos podcasts recomendados e tiver algum comentário ou sugestão, pode contactar-me por e-mail.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jbeleza@expresso.impresa.pt