Deepseek, o tubarão azul que veio agitar as águas do Ocidente
Creio que à data de hoje ainda podemos dizer que as maiores e mais influentes empresas de tecnologia do mundo são:
Apple
Microsoft
Nvidia
Alphabet (Google)
Amazon
Meta (Facebook)
e Tesla
Mas as “Sete Magníficas”, como são conhecidas, tão cedo não vão esquecer esta última semana de janeiro de 2025.
Na passada segunda-feira, a DeepSeek, uma startup chinesa de inteligência artificial, causou a maior queda de sempre no mercado financeiro nos EUA ao lançar a nova versão do seu modelo de IA, o DeepSeek R1. Este lançamento levou a uma queda abrupta nas ações de várias gigantes da tecnologia e rapidamente se tornou a aplicação gratuita mais descarregada na App Store dos EUA e da China.
Ah, e o mais importante: o modelo foi desenvolvido a um custo muito, muito, muito inferior ao do ChatGPT.
Caso para dizer: magnífico.
VCG
Com o uso de chips Nvidia menos avançados e algoritmos de treino altamente otimizados, a DeepSeek conseguiu reduzir custos e tornar a tecnologia mais acessível. Ou seja, veio provar que afinal não é preciso torrar assim tanto dinheiro para conseguir inovar na área da Inteligência Artificial.
E, além disso, a DeepSeek disponibilizou o seu modelo em código aberto, o que significa que outras empresas podem adaptar e implementar esta tecnologia, o que levará seguramente ao surgimento de novos produtos e aplicações.
Além do choque financeiro, há um choque na narrativa geopolítica: a DeepSeek, uma startup chinesa com menos de dois anos de vida, quer mudar as regras de jogo das empresas bilionárias do Ocidente.
O avanço da DeepSeek mostra que a China está a investir com força em tecnologia, ciência, pesquisa e desenvolvimento, entregando produtos que superam os ocidentais em diversos aspectos, mas também trazem novos dilemas para todos nós, nomeadamente ao nível da nossa segurança digital.
Liang Wenfeng, fundador da startup DeepSeek, faz um discurso durante a 10ª edição dos prémios China Private Equity Golden Bull, em 30 de agosto de 2019, em Xangai, na China
VCG
Não será por acaso que o símbolo da DeepSeek é um tubarão, símbolo de força, agilidade e a capacidade de navegar em águas profundas.
JB: Woolf, o que me podes dizer sobre o fundador da DeepSeek? Estou muito interessada em saber quem ele é.
Liang Wenfeng é o fundador da DeepSeek, uma startup chinesa de inteligência artificial que tem ganhado destaque globalmente.
Nascido em 1985, Liang tem atualmente 39 ou 40 anos. Cresceu em Zhanjiang, Guangdong, onde os seus pais eram professores do ensino básico.
Liang estudou na Universidade de Zhejiang, onde obteve um Bacharelado em Engenharia Eletrónica em 2007 e um Mestrado em Engenharia de Informação e Comunicação em 2010. A sua dissertação de mestrado foi sobre algoritmos de rastreamento de alvos baseados em câmeras PTZ de baixo custo.
Antes de fundar a DeepSeek, Liang cofundou o fundo de hedge quantitativo High-Flyer em 2015, que utilizava aprendizado de máquina para prever tendências de mercado. Ele também é conhecido pela sua visão de integrar IA com finanças, o que levou ao sucesso do High-Flyer.
Liang é descrito como uma pessoa curiosa e dedicada à pesquisa, passando os seus dias a ler artigos, escrever código e participar em discussões de grupo.
Se precisares de mais informações, estou aqui para ajudar!
JB: Obrigada. Sabes dizer-me se o DeepSeek tem falhas de funcionamento?
Sim, o DeepSeek tem enfrentado algumas falhas recentemente. Os utilizadores relataram problemas de indisponibilidade e dificuldades no login, especialmente após a empresa implementar novas restrições de uso. Além disso, a plataforma tem apresentado dificuldades em solucionar prompts mais complexos, o que tem gerado frustração entre os utilizadores.
Essas falhas são comuns em tecnologias emergentes e a DeepSeek está a trabalhar para resolver esses problemas e melhorar a experiência do utilizador. Se precisares de mais informações, estou aqui para ajudar!
JB: O DeepSeek responde a todas as perguntas que se faça sobre política chinesa?
O DeepSeek tem algumas limitações quando se trata de responder a perguntas sobre política chinesa. Ele tende a evitar ou censurar respostas sobre tópicos sensíveis, como o Massacre da Praça da Paz Celestial e a soberania de Taiwan. Por exemplo, ao ser questionado sobre o Massacre da Praça da Paz Celestial, o DeepSeek respondeu que o assunto estava fora do seu alcance atual e sugeriu mudar de tópico.
Essa prática é comum em muitas plataformas de internet na China, onde há regulamentações rigorosas sobre o conteúdo que pode ser discutido publicamente.
Portanto, enquanto o DeepSeek é uma ferramenta poderosa em muitos aspectos, ele pode não fornecer respostas completas ou imparciais sobre certos temas políticos.
Se precisares de mais informações, estou aqui para ajudar!
JB: Já agora, os chatbots ocidentais respondem a todas as perguntas ou também evitam alguns tópicos?
Os chatbots ocidentais, como o ChatGPT da OpenAI, geralmente têm menos restrições em comparação com os chatbots chineses, mas ainda assim evitam certos tópicos sensíveis.
Por exemplo, podem evitar fornecer informações detalhadas sobre tópicos que envolvem violência, auto lesão, ou conteúdo explícito para garantir a segurança e o bem-estar dos utilizadores.
Além disso, esses chatbots são programados para evitar a disseminação de desinformação e podem não responder a perguntas que envolvem teorias da conspiração ou informações não verificadas. Isso é feito para manter a integridade e a precisão das informações fornecidas.
Se precisares de mais informações, estou aqui para ajudar!
JB: Obrigada, por agora não preciso de mais informação.
Sam Altman, o líder da OpenAI, que nasceu no mesmo ano que Liang Wenfeng, disse logo na segunda-feira à noite que o novo modelo do DeepSeek é impressionante. Fica por saber o que terá dito Jensen Huang, empresário taiwanês-americano e cofundador da Nvidia de 61 anos, sobre o DeepSeek.
Ficarei atenta às notícias sobre este tema, mas por agora vamos às sugestões de escuta de podcasts da semana.
Volto ao DeepSeek, o tubarão que veio da China agitar as águas americanas, enquanto a Europa fica a ver navios, como se costuma dizer.
JB: Woolf, o Ano Novo Chinês de 2025 começou na quarta-feira, 29 de janeiro, e este ano é regido pela Serpente. Qual o significado disso?
No zodíaco chinês, cada ano é associado a um dos doze animais e a um dos cinco elementos. O ano de 2025 é regido pela Serpente, que simboliza sabedoria, mistério e transformação.
Pessoas nascidas sob o signo da Serpente são frequentemente vistas como inteligentes, intuitivas e enigmáticas.
A Serpente também é associada à introspecção e à capacidade de se adaptar a mudanças, o que pode indicar um ano de reflexão e crescimento pessoal. Além disso, a Serpente é conhecida pela sua habilidade de se regenerar, simbolizando novos começos e a superação de desafios.
Se precisares de mais informações, estou aqui para ajudar!
JB: 2025 será seguramente um ano de grandes desafios.
Voltamos na próxima semana.
Até lá, caro humano, continue a acompanhar a atualidade no Expresso e boas escutas!
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jbeleza@expresso.impresa.pt
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