Guerra no Médio Oriente

Biden admite negociações “difíceis” para cessar-fogo, Israel nega retirada de “Corredor de Filadélfia”: o 282.º dia de guerra

Biden admite negociações “difíceis” para cessar-fogo, Israel nega retirada de “Corredor de Filadélfia”: o 282.º dia de guerra
Anadolu

Apesar das dificuldades, o Presidente norte-americano está “decidido” a conseguir um acordo. Primeiro-ministro israelita garante que o exército do país não vai abandonar o corredor que se estende ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito. Eis o essencial do que se passou nesta sexta-feira no conflito no Médio Oriente

O Presidente dos Estados Unidos defendeu a urgência de terminar a guerra no Médio Oriente, admitindo que as negociações para um cessar-fogo são “difíceis e complexas”. “Apresentei um plano pormenorizado para um cessar-fogo. São questões difíceis e complexas. Mas estou decidido a cumprir este plano e em conseguir este acordo”, prometeu Joe Biden.

O primeiro-ministro israelita negou que o exército vá abandonar o chamado “Corredor de Filadélfia”, que se estende ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito. As declarações de Benjamin Netanyahu surgiram depois de ter sido noticiado que Israel poderia retirar-se da zona se houvesse um acordo de cessar-fogo.

“O primeiro-ministro insiste que Israel permanecerá no ‘Corredor de Filadélfia’. Estas foram as suas instruções para as equipas de negociação, e ele comunicou-as aos representantes dos Estados Unidos esta semana e ao Governo ontem [quinta-feira] à noite”, indicou o gabinete de Netanyahu em comunicado.

Outras notícias do dia:

⇒ O Governo israelita vai aprovar nos próximos dias o alargamento do serviço militar obrigatório para três anos – atualmente são 32 meses –, após o órgão interno responsável pelos assuntos de segurança ter aprovado a medida. Os meios de comunicação israelitas sugerem que o plano poderá receber a aprovação parlamentar e a luz verde do executivo já no domingo. Uma vez aprovada, a medida estará em vigor durante os próximos oito anos.

⇒ O Tribunal Internacional de Justiça anunciou que vai pronunciar-se no dia 19 de julho sobre as consequências legais de ocupação de territórios palestinianos desde 1967, um caso sem precedentes, no qual 52 países foram chamados a testemunhar. Apesar de não ser vinculativo, o parecer poderá aumentar a crescente pressão jurídica internacional sobre Israel no âmbito da guerra em Gaza.

⇒ O Hamas propôs que um governo independente, composto por figuras que não pertençam a algum partido, administre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia no pós-guerra. “Propusemos que um governo apartidário com competência nacional governasse Gaza e a Cisjordânia depois da guerra”, disse num comunicado Hossam Badran, membro do braço político do movimento palestiniano, sobre as negociações indiretas em curso entre Israel e o Hamas sob a mediação do Catar, do Egito e dos Estados Unidos.

⇒ Mais de metade dos países das Nações Unidas (118 no total) juntaram-se à iniciativa de apoio à agência da organização para os refugiados palestinianos (UNRWA), condenada por Israel por alegada conivência com o Hamas. Pouco antes do início da Conferência de Doadores na ONU, a ministra dos Negócios Estrangeiros eslovena, Tanja Fajon, compareceu junto à entrada do Conselho de Segurança acompanhada por dezenas de embaixadores e exortou os restantes países a aderirem a esta iniciativa.

⇒ A maioria dos eleitores israelitas que apoiam a atual coligação governamental querem que o atual ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, seja o sucessor do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, segundo uma sondagem divulgada nesta sexta-feira.

⇒ Quatro trabalhadores humanitários palestinianos foram mortos num bombardeamento israelita a um armazém de ajuda na área de Mawasi, designada “zona humanitária” no sul da Faixa de Gaza, referiram fontes médicas palestinianas. Pelo menos uma das vítimas trabalhava para a organização não-governamental britânica Al Khair.

Destruição em Tel al-Hawa, após a retirada das forças israelitas
Anadolu

⇒ Os serviços de Defesa Civil de Gaza anunciaram a descoberta de mais 60 cadáveres no bairro de Tel al-Hawa, uma zona predominantemente industrial no sul da cidade de Gaza. A zona está neste momento vazia, depois de os militares israelitas se terem retirado de manhã, após uma semana de operações militares.

⇒ O Ministério da Saúde do Hamas disse que os últimos ataques israelitas fizeram 32 mortos, entre os quais mulheres e crianças, no enclave palestiniano. No total, a ofensiva israelita, que começou a 7 de outubro do ano passado, fez já 38.345 mortos.

Pode recordar os principais acontecimentos do dia anterior aqui.

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