Foi libertada esta quinta-feira uma tripulante que estava a bordo do navio MSC Aries, de bandeira portuguesa, que foi apreendido na semana passada pelas autoridades do Irão ao largo do Estreito de Ormuz.
As informações foram avançadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia que, através da rede social X, confirmou que a tripulante, Ann Tessa Joseph, já volrou para o seu país.
“A embaixada indiana no Irão, com o apoio das autoridades iranianas, trabalhou para o seu regresso. A missão está em contacto com o lado iraniano para garantir o bem-estar dos restantes 16 membros da tripulação”, afirmou o porta-voz do ministério, Randhir Jaiswal.
O governo indiano também divulgou, na mesma publicação, uma fotografia de Ann Tessa Joseph no aeroporto de Cochin, na Índia.
Recentemente, o Governo português considerou que as explicações dadas pelo Irão sobre a apreensão do navio “não são consistentes” e o Ministério dos Negócios Estrangeiros voltou a “renovar a exigência de libertação imediata do navio”. Ao Expresso, afirmou ainda que o Governo está “a trabalhar muito de perto com o governo da Índia”, e recordou que “o feedback nestes processos diplomáticos demora algum tempo, sobretudo tendo em conta todo o contexto [internacional]”.
“É difícil prever se a situação vai ficar resolvida já esta semana”, acrescentou ainda o Governo. O ministro dos Negócios Estrangeiros, no sábado, já tinha reclamado libertação imediata do navio e dos seus tripulantes, considerando que a ação foi uma “violação grosseira dos direitos internacionais do Estado iraniano”.
No passado sábado, a Guarda Revolucionária do Irão capturou um porta-contentores com bandeira portuguesa, ligado à empresa Zodiac Maritime, que pertence ao bilionário israelita Eyal Ofer. O Irão tem apreendido várias embarcações ligadas a Israel no seu espaço marítimo, como uma reação à ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que já matou mais de 33 mil palestinianos.
As autoridades iranianas afirmaram, na segunda-feira, que o navio MSC Aries foi “direcionado para águas territoriais iranianas devido à violação dos regulamentos marítimos internacionais e à falta de resposta às autoridades iranianas”. A missão diplomática portuguesa, através do embaixador, Carlos da Costa Neves, reiterou na altura que “o Governo continua a desenvolver todas as diligências previstas e adequadas”.
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