A passagem do Oceano Índico para o Mar Vermelho – uma das principais rotas comerciais navais no planeta, nunca foi muito fácil. O estreito – que tem 26 quilómetros, entre o Iémen, na Península Arábica, e o Djibouti, no chamado Corno de África, chama-se Bab el-Mandeb, ou “portão das lágrimas” em árabe, devido às dificuldades ancestrais na sua transposição, e está agora na mira dos rebeldes huthis, que controlam uma parte do Iémen, que têm disparado dezenas de mísseis e drones sobre cargueiros e petroleiros que utilizam aquela rota para se deslocar entre a Ásia e o Mediterrâneo, através do Mar Vermelho e do Canal de Suez.
Como resultado, as maiores empresas de navegação já suspenderam temporariamente essa rota: a dinamarquesa Maersk, a italiana MSC, a chinesa Evergreen Lines, e a alemã Hapag-Lloyd começaram a redirecionar os seus cargueiros pela longa via do Cabo da Boa Esperança. Esta semana foi a vez da BP e da Equinor (uma empresa de refinação norueguesa) anunciarem o mesmo com os seus petroleiros, devido à “deteriorada situação de segurança” na região, como se lia num comunicado da petrolífera britânica. Cerca de 20.000 navios passam através desse estreito cada ano, representando cerca de 10% do total de petróleo transportado a nível global, e 14% das mercadorias.
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