A reeleição de Recep Tayyip Erdogan, numa das eleições mais importantes de sempre na história da moderna república turca, confirma um dos seus legados – uma Turquia completamente dividida ao meio - e deixa antever uma fuga de jovens do país e muitos problemas no futuro
Campanha para a segunda volta das presidenciais, este domingo, foi dominada por promessas de repatriar os refugiados sírios, devido à onda nacionalista que varreu a Turquia na primeira volta, há duas semanas. Até o candidato da oposição Kemal Kiliçdaroglu abandonou o discurso inclusivo e adotou uma retórica contra os refugiados para tentar captar o voto nacionalista
Erdogan está no poder há duas décadas e adaptou o regime presidencialista à sua imagem. O Presidente que acredita que “este é o século da Turquia” foi surpreendido por um resultado inesperado na primeira volta das presidenciais, com o seu rival, Kemal Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo, a conquistar 44,9% dos votos. A Turquia regressa às urnas no próximo dia 28. Até lá, o jogo está aberto
Resultados provisórios apontam claramente a uma segunda volta, muito devido à excelente performance do terceiro candidato, Sinan Ogan, um nacionalista de direita, que estará perto dos 5%
Processo eleitoral na Turquia é sólido. Governo mobilizou todos os meios face ao previsível melhor desempenho da oposição em décadas, mas acatará sempre o veredicto popular
Um país divido ao meio vai às urnas, domingo, para decidir se reconduz Recep Tayyip Erdogan, no poder há 21 anos. Crise económica, religião e nacionalismo são temas fraturantes. Oposição republicana e laica acredita que vai vencer
Há quase um quarto de século no poder, Presidente tem o cargo em risco. A crise económica, o sismo e a polarização não o ajudam. Cinco milhões de jovens vão votar pela primeira vez no domingo