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Guerra no Médio Oriente

Be'eri, uma comunidade impregnada com o horror do Hamas: “Em nenhum lugar do mundo se viu tal coisa”, conta um voluntário

Be'eri, uma comunidade impregnada com o horror do Hamas: “Em nenhum lugar do mundo se viu tal coisa”, conta um voluntário
Alexi J. Rosenfeld

A organização Zaka, uma equipa de serviços de emergência, tem recolhido os corpos dos israelitas e dos elementos do Hamas assassinados desde os ataques de sábado. Em declarações ao Expresso, um voluntário conta o que viu em Be'eri, uma das aldeias onde mais pessoas morreram e onde o terror é visível em todos os detalhes

Yossi Landau, de 55 anos, nunca tinha visto nada assim. Voluntário da organização Zaka, um grupo de emergência assente no trabalho voluntário, chegou ainda no sábado a Be'eri, um kibutz (comunidade agrícola) israelita e a maior das 12 aldeias que compõem o conselho regional de Eshkol, que fica ao longo da fronteira com Gaza. Equipado com um macacão branco e capacete e máscara cor de laranja, tinha uma missão pela frente: cobrir e recolher todos os corpos deixados em casas vandalizadas e também pelas ruas.

Naquela comunidade fundada dois anos antes do Estado de Israel, e onde viviam 1200 habitantes, morreram 108 pessoas, o que faz de Be'eri um dos locais com mais mortes registadas desde o fim de semana.

Quando olhou em volta, os olhos de Yossi Landau, que trabalha numa empresa de transportes internacionais, mas há muito tempo se dedica a missões deste tipo, assimilaram sinais evidentes dos horrores levados a cabo por elementos do Hamas, que, há dias, invadiram e atacaram o sul de Israel. Há relatos destes a surgir um pouco por toda a linha que acompanha a Faixa de Gaza. Quanto a Kfar Aza, uma das aldeias que ganhou maior notoriedade, pelos boatos que circularam de que dezenas de bebés e crianças teriam sido ali decapitadas, a sequência de declarações e desmentidos por parte das autoridades de Israel, mas até do Presidente dos EUA, Joe Biden, tem gerado grande incerteza.

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