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Médio Oriente

O longo braço de Israel conta uma história de assassínios brutais e seletivos, nem sempre prudentes ou consequentes

O líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado na terça-feira, em Teerão. Israel não comenta
O líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado na terça-feira, em Teerão. Israel não comenta
Spencer Platt

Ao longo dos tempos, foram várias as mortes atribuídas aos serviços de Israel, capazes de eliminar os seus alvos das formas mais letais e criativas. O assassinato de Ismail Haniyeh será provavelmente apenas mais um na extensa lista israelita. Este texto conta-lhe como tudo começou estando tudo longe de acabar

Na cena final de “Munique”, filme realizado em 2005 por Steven Spielberg, um agente secreto que durante anos perseguiu palestinianos tidos como responsáveis pelo massacre dos atletas israelitas nos Jogos Olímpicos de Munique (1972), interroga-se em Nova Iorque sobre o sentido da sua missão, perguntando ao respectivo chefe se, por cada quadro inimigo eliminado, não haveria o risco de despontar um outro ainda pior. Em fundo, viam-se as Torres Gémeas, então ainda inteira.

Desde a fundação do estado de Israel, em 1948, os seus dirigentes, perante as ameaças à volta, julgam-se no direito de interpretar as leis internacionais como entenderam e, se necessário, eximirem-se do cumprimento das mesmas.

Em particular, criaram uma eficiente máquina de matar, visando a eliminação (relativamente) seletiva de inimigos, sem igual no mundo. Uma história cujos primórdios remontam às ruas de Jerusalém em 1944, quando militantes sionistas radicais mataram a tiro Thomas James Wilkin, oficial da polícia britânica (o Reino Unido era a potência que então administrava a Palestina). E que prosseguiu durante décadas, ganhando em sofisticação técnica o que por vezes perdeu em autoproclamada eficiência cirúrgica.

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