Guerra na Ucrânia

Grupos militares russos reivindicam incursão e ataques na Rússia a partir da Ucrânia

Kursk
Kursk
OLGA MALTSEVA

Milícias pró-ucranianas afirmam ter atravessado regiões fronteiriças da Rússia e lançado ataques, enquanto a Rússia insiste que conseguiu frustrar as investidas, realizadas três dias antes das eleições presidenciais

Grupos pró-ucranianos de combatentes russos alegam ter lançado ataques transfronteiriços em duas regiões da Rússia. A incursão aconteceu horas depois de Kiev ter lançado uma vaga de drones contra alvos em todo o país.

Uma das unidades de voluntários russos mas pró-Kiev, a Legião da Liberdade para a Rússia, reivindicou ter tomado o controlo de uma aldeia russa perto da fronteira com a Ucrânia, Tyotkino, na região russa de Kursk. De acordo com a “CNN”, o grupo de dissidentes russos que lutam na Ucrânia assumiu a autoria dos ataques, mas as forças russas dizem ter conseguido repelir a incursão armada.

A Legião da Liberdade para a Rússia também disse ter destruído um veículo blindado de transporte de pessoal em território russo. O grupo afirma que o Exército russo começou a abandonar a aldeia, "deixando para trás posições e armas pesadas", segundo a agência francesa AFP.

Um outro grupo de combatentes russos pró-ucranianos, o Batalhão Siberiano, escreveu esta terça-feira no Telegram: “Bem, finalmente chegamos a casa. Tal como prometido, estamos a trazer liberdade e justiça ao nosso território russo.” Um terceiro grupo, o Corpo de Voluntários Russos (RDK), também afirmou estar envolvido.

O Ministério da Defesa russo reagiu, declarando que “formações terroristas ucranianas”, com tanques e veículos blindados, tentaram cruzar a fronteira a partir de três direções na manhã desta terça-feira, mas afirmou que os ataques foram “frustrados”. A versão do Kremlin é a de que os ataques foram lançados na aldeia de Odnorobovka, na região ucraniana de Kharkiv, e nas aldeias russas vizinhas de Nekhoteevka e Spodariushino, em Belgorod. “O inimigo foi atingido pela aviação, forças de mísseis e artilharia”, alegou o Ministério da Defesa russo, acrescentando que os militares de Moscovo eliminaram tanques e um veículo blindado de transporte de pessoal, em Nekhoteevka e Spodariushino. Sessenta soldados ucranianos morreram perto de Odnorobovka, enquanto tentavam entrar na Rússia, referiu o ministério. Estas declarações ainda não foram verificadas de forma independente.

Na cidade de Kursk, capital da região homónima que faz fronteira com a Ucrânia, as autoridades ordenaram o encerramento das escolas locais, na sequência de ataques a partir do território ucraniano, escreve a agência Lusa. "Devido aos recentes acontecimentos, decidi que as crianças em idade escolar vão estudar à distância" até sexta-feira, 15 de março, escreveu o presidente da câmara de Kursk, Igor Kutsak, nas redes sociais.

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