A Ucrânia reivindicou a autoria de um ataque contra um depósito de petróleo na cidade de Klintsy, na região fronteiriça russa de Bryansk. Uma fonte dos serviços secretos militares ucranianos disse que o organismo, “responsável por numerosas operações na Rússia”, lançou um drone contra o depósito de petróleo, numa altura em que Kiev “intensifica ataques em território russo há várias semanas”.
Trata-se do segundo ataque ucraniano a um depósito de petróleo russo nos últimos dias, algo que faz parte daquilo a que Kiev chama de retaliação “justa” pelos ataques de Moscovo às infraestruturas energéticas ucranianas. Não há registo de vítimas, mas 32 pessoas foram retiradas da zona e 13 camiões de bombeiros foram mobilizados para combater o incêndio, segundo as autoridades russas.
Outras notícias do dia:
⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano apelou ao Ocidente para que trave a produção de armas russas, afirmando que 95% dos “componentes estrangeiros críticos” utilizados no armamento de Moscovo são produzidos por empresas ocidentais. “O Ocidente deve fazer seriamente algo para travar a capacidade da Rússia de produzir armas”, defendeu Dmytro Kuleba.
⇒ A presidente da Comissão Europeia considerou que vai ser possível alcançar um acordo com a Hungria para desbloquear o apoio financeiro à Ucrânia, descartando outras hipóteses para resolver o impasse. “Está a ser negociado [o acordo] intensamente com a Hungria, é a nossa prioridade. Contudo, também estão a ser preparadas soluções alternativas para a eventualidade de falhar um acordo”, declarou Ursula von der Leyen.
⇒ A União Europeia está a trabalhar no próximo pacote de sanções contra a Rússia, que vai ser apresentado no final de fevereiro, dois anos depois do início da invasão à Ucrânia. “Vamos marcar o segundo ano da guerra com um pacote de sanções, com mais pessoas e mais entidades acrescentadas à lista [de sanções que já existe]. O alto-representante [para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell] já está a trabalhar nisso”, revelou um alto funcionário da União Europeia.
⇒ O ministro da Defesa alemão alertou que a Aliança Atlântica deve assumir que a Rússia “poderá um dia atacar um país da NATO” e expandir o conflito que agora está limitado à Ucrânia. Boris Pistorius não acredita que tal situação ocorra neste momento, mas considera ser possível acontecer num “período entre cinco e oito anos”. “Quase todos os dias ouvimos ameaças do Kremlin. A mais recente, novamente, contra os nossos amigos dos países bálticos”, afirmou.
⇒ A Rússia convocou o embaixador francês em Moscovo para o censurar formalmente pelo alegado “envolvimento crescente” de Paris no conflito na Ucrânia, poucos dias após assumir a responsabilidade por um ataque a alegados mercenários franceses em Kharkiv. França já negou ter mercenários ao seu serviço.
⇒ Ainda sobre o mesmo tema, a câmara baixa do Parlamento russo (Duma) planeia perguntar formalmente à Assembleia Nacional de França se tem conhecimento de que mercenários franceses têm estado a combater ao lado da Ucrânia. “Em França, o comércio de mercenários é proibido por lei. É importante para nós saber se eles [legisladores franceses] têm conhecimento de que alguém, violando a lei, está a enviar combatentes para lutar na Ucrânia”, afirmou o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin.
⇒ Um tribunal da Sibéria condenou um homem a 19 anos de prisão por alvejar um oficial de recrutamento militar, enquanto procuradores de São Petersburgo pediram 28 anos de prisão para uma mulher acusada do atentado bombista num café em abril, que matou um blogger militar pró-guerra que regularmente escrevia das linhas da frente na Ucrânia. Ambos os casos sublinham as tensões na sociedade russa, com alguns opositores a recorrerem a atos violentos.
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