Guerra na Ucrânia

Rússia convoca embaixador francês para censurar "envolvimento" de Paris no conflito na Ucrânia

Pierre Levy, embaixador francês na Rússia
Pierre Levy, embaixador francês na Rússia
KIRILL KUDRYAVTSEV

Embaixador francês em Moscovo, Pierre Levy, "foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e foram-lhe apresentadas provas do crescente envolvimento de Paris no conflito na Ucrânia", anunciou a diplomacia russa. Decisão surge dois dias depois de a Rússia ter afirmado que atingiu um edifício onde "mercenários franceses" estavam destacados em Kharkiv. Paris já negou que tivesse mercenários ao seu serviço

A Rússia convocou nesta sexta-feira o embaixador francês em Moscovo para o censurar formalmente pelo alegado "envolvimento crescente" de Paris no conflito na Ucrânia, poucos dias após assumir a responsabilidade por um ataque a alegados mercenários franceses.

O embaixador francês em Moscovo, Pierre Levy, "foi convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia e foram-lhe apresentadas provas do crescente envolvimento de Paris no conflito na Ucrânia", anunciou a diplomacia russa em comunicado.

Este anúncio surge dois dias depois de a Rússia ter afirmado, na quarta-feira, ter atingido na noite anterior um edifício onde "mercenários franceses" estavam destacados em Kharkiv, a segunda cidade da Ucrânia.

As autoridades ucranianas relataram um bombardeamento russo em Kharkiv que provocou ferimentos em 17 civis. Paris, por sua vez, negou na quinta-feira que tivesse mercenários ao seu serviço.

"A França não tem 'mercenários', nem na Ucrânia nem em qualquer outro lugar, ao contrário de outros. Esta é uma nova e grosseira manipulação russa", respondeu o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

As acusações russas surgiram depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter anunciado na terça-feira que a França entregaria 40 mísseis de cruzeiro de longo alcance Scalp adicionais a Kiev e assinaria um acordo de segurança com a Ucrânia, tal como o Reino Unido fez.

Na quinta-feira, Paris também lançou, com outros aliados da Ucrânia, uma coligação de fornecimento de artilharia para satisfazer as necessidades de Kiev nesta área.

O ministro das Forças Armadas francês, Sébastien Lecornu, anunciou nessa ocasião que iria libertar 50 milhões de euros para fornecer 12 canhões autopropulsados Caesar à Ucrânia, e propôs aos seus parceiros financiar outros 60 exemplares destas poderosas armas de fabrico francês para enviar a Kiev.

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