Guerra na Ucrânia

Putin inaugura submarinos nucleares, ofensiva intensa em Avdiivka, Kiev procura desbloquear veto da Hungria: resumo do 656.º dia de guerra

Putin no estaleiro em Severodvinsk para inauguração de submarinos nucleares
Putin no estaleiro em Severodvinsk para inauguração de submarinos nucleares
MIKHAEL KLIMENTYEV/SPUTNIK/KREMLIN POOL

Putin esteve na inauguração de submarinos nucleares no noroeste da Rússia. Ucrânia reporta ofensiva de larga escala junto a cidade do Donetsk. Diplomacia ucraniana está a tentar desbloquear o veto da Hungria para que UE abra negociações para adesão. Eis os eventos que marcaram o 656.º dia de guerra

O 656.º dia da invasão russa da Ucrânia começou com a notícia de que Força Aérea ucraniana abateu oito mísseis russos que se dirigiam para Kiev durante a última madrugada. No terreno, há ainda informações de que está em curso desde este domingo uma ofensiva de grandes dimensões em Avdiivka. Segundo informações avançadas pelo porta-voz militar Oleksandr Stupun à televisão ucraniana, foram disparadas 610 munições de artilharia perto da cidade do Donetsk em apenas 24h.

Do lado russo, chega-nos a informação que Vladimir Putin visitou um estaleiro em Severodvinsk (no noroeste da Rússia) para a supervisionar o hastear da bandeira no recém-construído submarino Imperador Alexandre III e nos submarinos nucleares de Krasnoyarsk.

O 656.º dia de guerra fica igualmente marcado pelas movimentações no campo diplomático. Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, o ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou que o 12.º pacote de sanções a Moscovo está quase aprovado. João Gomes Cravinho avançou igualmente que antecipa que o apoio de 50 mil milhões de euros à Ucrânia "vai ocupar muito tempo" da reunião do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira.

Já o primeiro-ministro português, a falar no debate preparatório desta reunião, manifestou o apoio de Portugal para que as negociações da Ucrânia à UE sejam iniciadas, mas sublinhou importância de avançar também com o alargamento aos Balcãs Ocidentais.

A questão da adesão esteve também na ordem do dia para Kiev, que anunciou estar a realizar esforços para desbloquear o veto da Hungria.

Separadamente, o chefe da diplomacia ucraniana alertou para as "consequências devastadoras" de a União Europeia não chegar a um consenso sobre a abertura das negociações de adesão. "Não consigo imaginar, nem sequer quero pensar em falar das consequências devastadoras que ocorreriam se o Conselho Europeu não tomasse uma decisão, não só para a Ucrânia mas também para o alargamento da União Europeia", disse Dmytro Kuleba em Bruxelas, citado pela Lusa.

Outras notícias que marcaram esta segunda-feira:

⇒ A Ucrânia desbloqueou um importante posto fronteiriço após protestos de camionistas polacos;

⇒ O Presidente ucraniano vai discursar perante oficiais das Forças Armadas dos EUA, numa tentativa de convencer o Congresso a aprovar um novo pacote de ajuda militar. Segundo o The Guardian, Volodymyr Zelensky é esperado em Washington esta terça-feira e a visita inclui um encontro com Joe Biden;

⇒ A Rússia vai incluir as quatro regiões ucranianas ilegalmente anexadas nas suas eleições presidenciais do próximo ano, noticiou a agência Interfax;

⇒ Moscovo anunciou ter desmantelado uma rede de espiões ucranianos a atuar na Crimeia que terão estado envolvidos em tentativas de assassinato de figuras pró-Rússia. Segundo anunciaram os serviços de segurança federal russos (FSB) num comunicado citado pela Reuters, as autoridades preveniram 18 “ataques terroristas” este ano na península;

Alexei Navalny está incontactável há seis dias. O principal opositor do Kremlin foi transferido para novo estabelecimento prisional, mas a sua localização é desconhecida pelos seus colaboradores;

⇒ Pela primeira vez, a UE impôs sanções a seis cidadãos e cinco entidades do Irão por venderem drones à Rússia.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: calmeida@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate