Andrey Zubov tem uma esperança: de que está a aproximar-se o momento em que também a Rússia, como Portugal décadas atrás, terá o seu “dia inicial inteiro e limpo”. É um exemplo, aliás, que o historiador russo gosta de referir, lembrando que a Revolução de Abril foi iniciada por militares. Na Rússia, diz, o fim de Putin está próximo. O líder não terá sabido medir o pulso às suas tropas e lideranças militares e perdeu o apoio popular.
Reconhecido no seu país de origem, Andrey Zubov tornou-se, nos últimos anos, um dos grandes opositores do regime de Vladimir Putin. Em março de 2014, o professor e investigador foi demitido do Instituto de Relações Internacionais de Moscovo após ter criticado ações do Governo russo na Ucrânia e na Crimeia. No entanto, a Comissão Presidencial de Proteção aos Direitos do Trabalho considerou ilegal a demissão, permitindo-lhe que continuasse a trabalhar até ao final de junho de 2014.
Antigo colunista do jornal independente “Novaya Gazeta”, Andrey Zubov tornou-se ativista e integrou o Partido da Liberdade do Povo, tendo concorrido à Duma, em 2016, e ficado em terceiro lugar entre o eleitorado do centro de Moscovo. Em fevereiro de 2023, Zubov passou a constar de uma lista do Governo russo que reúne os "agentes estrangeiros". Nesta entrevista ao Expresso, o historiador que se mudou para a República Checa, por causa do regime “fascista” que observa na Rússia, explica por que considera que Putin não se prolongará mais do que seis meses no cargo. E também aponta que esse pode ser o momento em que a paz é restaurada na Ucrânia.
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