Guerra na Ucrânia

Vaticano prepara encontro do Papa com Patriarca russo

Papa Francisco com o Patriarca de Moscovo, Cirilo
Papa Francisco com o Patriarca de Moscovo, Cirilo
Getty Images

Primeiro encontro, desde o início da guerra na Ucrânia, é uma tentativa de "superar as dificuldades e incompreensões". Patriarca de Moscovo deverá viajar para o Cazaquistão, durante a visita de Francisco ao território, prevista para meados de setembro

O Papa recebeu, este sábado, no Vaticano o presidente do departamento de Relações Externas do Patriarcado Russo, António de Volokolamsk, naquele que foi considerado um passo importante na aproximação da Santa Sé com os seus homólogos da Igreja Ortodoxa Russa. A diplomacia de Roma está empenhada na realização de um encontro de Francisco com o Patriarca de Moscovo, Cirilo, que poderá ocorrer entre os dias 13 e 14 de setembro, altura em que o Papa estará no Cazaquistão para participar no VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais.

A notícia do encontro foi avançada pelo Vatican Insider, a seção de assuntos religiosos do jornal italiano "La Stampa" e depois da Santa Sé ter confirmado o programa de visita do Papa Francisco ao Cazaquistão. O jornal lembra que Volokolamsk é considerado o número dois do Patriarca de Moscovo, conhecido pela sua proximidade com Vladimir Putin e pelas suas posições de apoio à invasão da Ucrânia. Em maio, Cirilo e Francisco, tiveram uma acesa troca de palavras, com o Papa a fazer apelos à paz e a avisar Cirilo de que não podia ser "um acólito de Putin" e o Patriarca de Moscovo a lamentar "a linguagem política" usada por Francisco.

O representante do Patriarca de Moscovo está há pelo menos dois dias em Itália, onde também se encontrou com o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Paul Richard Gallagher para tratar de "assuntos atuais relativos às relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica". O mesmo responsável da Santa Sé já tinha adiantado, em julho, a possibilidade da realização do encontro entre os dois altos dignatários religiosos, por ocasião do Congresso marcado para o Cazaquistão. “Acredito que, se o patriarca e o Santo Padre viajarem ao Cazaquistão para esta grande conferência das religiões mundiais, sim, haverá um encontro. Temos de tentar superar as dificuldades e incompreensões para a unidade da Igreja”, indicou, na altura, o cardeal.

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