Kremlin admite usar armas nucleares na Ucrânia
O porta-voz do Kremlin não afasta o cenário de a Rússia usar armas nucleares na Ucrânia, caso o país sinta a sua existência ameaçada. “Se houver uma ameaça existencial para o nosso país, então podem ser usadas”, admitiu esta terça-feira Dmitry Peskov, em entrevista à CNN.
Peskov reconhece que Putin ainda não atingiu nenhum dos seus objetivos militares na Ucrânia. “Ainda não, ainda não alcançou”, disse o representante do Kremlin que, todavia, considera que “a operação militar especial” - eufemismo russo para a invasão e para a guerra - “está a seguir exatamente de acordo com os planos e os propósitos que foram estabelecidos de antemão”.
O porta-voz do Kremlin insiste que “não foi Putin que arruinou os acordos de Minsk, foi o lado ucraniano”.
EUA alertam para uso iminente de armas químicas por parte da Rússia
O Presidente dos Estados Unidos alertou esta madrugada para um “sinal claro” de que Vladimir Putin pode utilizar armas químicas e biológicas na Ucrânia.
O Pentágono afirma ter “provas claras”, e continua a recolher mais, de que o exército russo está a cometer crimes de guerra na Ucrânia. O uso de armas químicas pode constituir uma linha vermelha para a intervenção da NATO no conflito.
A embaixadora dos Estados Unidos (EUA) nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, manifestou esta terça-feira preocupações sobre um iminente ataque químico por parte da Rússia, após Moscovo insistir que é a Ucrânia quem possui esse tipo de armamento.
“A Rússia, por três vezes, acusou a Ucrânia de planear o uso de armas químicas. A nossa preocupação é que isso seja um precursor dos planos da Rússia de usar armas químicas, e temos de garantir que o mundo ouça isso e entenda o que está a acontecer”, disse Linda Thomas-Greenfield à imprensa.
"Os russos são os únicos que já usaram armas químicas nesta guerra. Eles sempre antecipam o que planeiam fazer acusando os outros de fazerem exatamente a mesma coisa. Então, vemos isso como uma oportunidade de bandeira falsa, e eles estão basicamente a alertar-nos sobre os seus planos futuros", avaliou a diplomata.
Tanto a Rússia como os Estados Unidos possuem os dos maiores arsenais de armas químicas e biológicas, que começaram a ser alargados durante o escaldante período da Guerra Fria entre as duas principais potências.
Biden anuncia novo pacote de sanções à Rússia na quinta-feira
O Presidente dos Estados Unidos prepara-se para anunciar um novo pacote de sanções à Rússia que será anunciado esta quinta-feira, de acordo com Jake Sullivan, assessor de segurança nacional dos EUA.
“Não vou antecipar o que será dito no anúncio, que será lançado em conjunto com os nossos aliados na quinta-feira”, disse Sullivan, esta terça-feira, em conferência de imprensa.
Joe Biden estará reunido com outros líderes mundiais para uma reunião extraordinária da NATO na quinta-feira.
“Os elementos-chave [deste novo pacote] vão concentrar-se não apenas em acrescentar sanções, mas em garantir que há um esforço conjunto para reprimir a invasão e impedir qualquer tentativa de qualquer país de ajudar a Rússia”, revelou Jake Sullivan.
Navalny condenado a nove anos de prisão
O opositor russo foi esta terça-feira condenado a nove anos de prisão por “fraude” e “falta de respeito a um magistrado”, de acordo com a sentença da juíza Margarita Kotova. “Navalny cometeu fraude, ou seja, roubo de propriedade alheia com a intenção de enganar alguém”, declarou a juíza durante a leitura da sentença.
O principal opositor de Putin terá de cumprir a pena num centro de detenção de alta segurança e foi também condenado a pagar 10.400 euros.
Alexei Navalny, de 45 anos, já se encontra preso desde janeiro de 2021, a cumprir uma pena de dois anos e meio, devido a outro processo judicial, numa cadeia a cerca de 100 quilómetros de Moscovo.
Desta vez foi condenado por, segundo a acusação e o tribunal, se ter apropriado de milhões de rublos que tinham sido doados às organizações de combate à corrupção que fundou na Rússia, mas também por ter faltado ao respeito ao tribunal, num processo anterior. Em causa estava a alegada difamação de um veterano da II Guerra Mundial durante outra sessão em tribunal.
Contraespionagem diz ter anulado plano russo para assassinar Zelensky
As forças de segurança ucranianas indicaram ter desmantelado um plano dos serviços secretos russos para assassinar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo a agência de notícias do país Unian.
O serviço de contraespionagem ucraniano deteve uma célula liderada por um agente dos serviços secretos russos (FSB) na cidade de Uzhorod, no oeste do país, referiu a Unian, que publicou fotos de armas apreendidas durante a operação.
O grupo, composto por cerca de 25 indivíduos, pretendia alegadamente viajar para Kiev fazendo-se passar por uma unidade de defesa territorial – a reserva militar das Forças Armadas – e realizar ali vários ataques e atos de sabotagem.
Os serviços de segurança ucranianos já afirmaram noutras ocasiões desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, que Moscovo está a tentar eliminar o Presidente ucraniano e desestabilizar o país através da ação de sabotadores.
Exército ucraniano diz que russos só têm suprimentos para mais três dias
Um relatório das Forças Armadas da Ucrânia dá conta de um colapso nas cadeias de abastecimento das tropas russas. De acordo com comandantes do exército ucraniano, as forças de Moscovo têm apenas mais três dias de combustível, alimentos e munições.
As alegações de grande escassez foram descritas como “plausíveis” pelas autoridades ocidentais, embora as informações careçam de verificação, escreve o “The Guardian”.
O relatório das Forças Armadas ucranianas foi considerado consistente com evidências de que o avanço russo está parado.
“Achamos que as forças russas usaram muito material - incluindo categorias específicas de armas - e vimos relatos isolados de unidades específicas que carecem de suprimentos”, disse um funcionário do exército ucraniano.
“Falhas na cadeia logística tem sido uma das razões pelas quais [os russos] não têm sido tão eficazes quanto esperavam”, acrescentou a mesma fonte.
Russos bombardearam hospital pediátrico na região de Luhansk
As forças russas bombardearam um hospital pediátrico em Severodonetsk, na região de Luhansk.
De acordo com o serviço de emergência ucraniano, sete crianças e 15 adultos tiveram de ser retirados da unidade hospitalar.
Não há registo, até ao momento, de qualquer vítima.
O CONFLITO EM NÚMEROS:
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Desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro, há a registar, pelo menos, 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças. [Fonte: ONU]
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Cerca de dois milhões de crianças já deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa e outros 3,3 milhões de menores foram forçados a deslocarem-se dentro do país. [Fonte: UNICEF]
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Entre refugiados e deslocados internos, cerca de 10 milhões de ucranianos, quase um quarto da população total do país, foram forçados a deixar as suas casas. [Fonte: Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados]
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Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia. [Fonte: ONU]
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