Troca de rublos por criptomoedas faz soar alarmes. BCE alerta para "ameaça" russa
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A quantidade de rublos que foram trocados por criptoativos está "no nível mais elevado desde maio de 2021" e agora estão a ser usados para evitar as sanções impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia. O alerta foi deixado esta quarta-feira por Christine Lagarde
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou, esta terça-feira, para a "ameaça" que representam as criptomoedas obtidas na troca de rublos, uma tentativa de contornar as sanções impostas pelos países ocidentais à Rússia.
Falando numa conferência sobre inovação organizada pelo Banco de Pagamentos Internacionais, Lagarde afirmou que a quantidade de rublos que foram trocados por criptoativos está "no nível mais elevado desde maio de 2021".
Lagarde considerou que os criptoativos são uma ameaça e foram uma ameaça no passado por servirem para transações duvidosas e criminosas.
Agora estão a ser usados para evitar as sanções impostas à Rússia por ter invadido a Ucrânia, segundo a presidente do BCE.
Lagarde também observou que os refugiados ucranianos têm chegado a vários países com grívnias [moeda ucraniana] nos bolsos, que não podem trocar com rapidez nem em euros nem em outras divisas europeias porque a moeda ucraniana não tem um câmbio de referência.
A União Europeia (UE) e o BCE estão a tentar encontrar uma forma de os ucranianos que fogem do conflito trocarem o dinheiro que têm estabelecendo um mecanismo de câmbio que seja aceite pelos bancos e casas de câmbios.
O recurso a moedas digitais tem sido uma forma de contornar os efeitos do conflito. Há o receio de que estejam a ser usadas ilicitamente, mas também como forma de ajuda à população, com milhões de euros em donativos, e como forma de envio de dinheiro para as famílias.
Em Portugal há já, vários exemplos disso, como tivemos oportunidade de noticiar.
Na semana passada, o governo de Kiev legalizou todos os criptoativos e todas as empresas que oferecem serviços em criptomoedas, passando a Ucrânia a ser o segundo criptoestado do mundo, a seguir a El Salvador.