Na pequena cidade de Conceição de Alagoas, Anielly Sousa Silva foi detida devido a publicações difamatórias que realizava nas redes sociais. Deve ser indiciada por extorsão, crime com pena de até dez anos de prisão
Uma jovem de 21 anos no Brasil foi presa por divulgar nas redes sociais rumores sobre moradores da pequena cidade de Conceição de Alagoas, em Minas Gerais (tem pouco mais de 28 mil habitantes, segundo o Censo brasileiro de 2022), avançou o programa televisivo "Fantástico", da Rede Globo.
As "fofocas" publicadas por Anially Silva continham acusações de traição, orientação sexual, gravidez e agressão física. Algumas pessoas visadas pela jovem sofreram repercussões fora da internet, como uma vítima que disse que a filha sofreu bullying na escola e desenvolveu uma depressão.
Para receber os rumores, Anially Silva utilizava um aplicativo de mensagens anónimas e incentivava os moradores da cidade a enviarem "histórias" sobre vizinhos, colegas e instituições locais. As informações não eram verificadas previamente. "Se mandaram é porque é verdade", disse a jovem em vídeo.
Além disso, segundo as investigações, ela cobrava entre 200 e 500 reais (entre 31,8 e 79,6 euros) para apagar os posts. "Ela fez uma publicação a dizer o seguinte: 'Para eu apagar, tem que me pagar'", disse Bruno Cordeiro Martins, o delegado do caso.
Uma funcionária de uma instituição de caridade foi acusada pela jovem de agredir uma criança por deficiência. Devido a esse rumor, a organização afirmou que a capacidade de arrecadação de donativos caiu significativamente.
A investigação policial começou após denúncias realizadas por moradores, que registaram provas e as levaram às autoridades. Hoje, Anielly Silva encontra-se em prisão preventiva. "Ela não parou em nenhum momento de fazer as publicações. [...] Quantas pessoas você pode destruir com uma 'fofoca'", pergunta Bruno Martins.
A jovem deve ser indiciada por extorsão, crime com pena de até dez anos de prisão. Após a detenção de Silva, o perfil nas redes sociais foi desativado.
Texto escrito por João Sundfeld e editado por João Pedro Barros
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