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“Viemos buscá-lo e devolvê-lo ao seu país”: como a China perseguiu 12 mil cidadãos e forçou-os a regressar ilegalmente

Captura de ecrã do vídeo distribuído no WeChat mostra a polícia chinesa a retirar os suspeitos do avião
Captura de ecrã do vídeo distribuído no WeChat mostra a polícia chinesa a retirar os suspeitos do avião
D.R. Chasing Fox Hunt

Começou há dez anos a “mais infame das operações de policiamento internacional em curso”, a Operação Caça à Raposa. Desde então milhares de cidadãos chineses alegadamente acusados de corrupção e dissidentes do regime foram coagidos a regressar ao seu país. Mas ainda não foi imposto “qualquer custo à República Popular da China por estas ações descaradas”, alerta Laura Harth, uma das redatoras do novo relatório “Chasing Fox Hunt”

“Viemos buscá-lo e devolvê-lo ao seu país”: como a China perseguiu 12 mil cidadãos e forçou-os a regressar ilegalmente

Mara Tribuna

Jornalista

Xin Ting, 30 anos, mãe de gémeos, é uma das poucas mulheres da equipa. O seu trabalho é persuadir alegados fugitivos chineses acusados de corrupção a regressar e a serem julgados em Pequim. O alvo de Xin é, desta vez, Zhou Guoquing (nome fictício): suspeito de fraude que fugiu para o Canadá em 1999 com 10 mil renmimbi, cerca de 1300 euros. “Viemos buscá-lo e devolvê-lo ao seu país de origem”, diz-lhe.

Zhou é apenas um dos mais de 12 mil cidadãos que, nos últimos dez anos, foram forçados a regressar à China. Em causa está a chamada “Operação Fox Hunt”, em português Caça à Raposa, uma campanha internacional de repressão lançada pelo Partido Comunista da China, em 2014, para ‘repatriar’ de forma ilegal cidadãos ricos alegadamente acusados de corrupção, que fugiram do país com quantias de dinheiro.

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