Javier Milei tem plano de choque para reconstruir a Argentina, mas a força das urnas esbarra na fragilidade parlamentar

Em frente ao hotel onde Javier Milei improvisou a sua sede de campanha, María Julia García, 39 anos, não consegue conter a emoção. “A vitória de Milei renova a esperança na democracia. Estávamos presos num sistema, mas hoje demonstrámos que podemos romper o sistema para recomeçar a partir de outras bases. Milei demonstrou que tem essa força e temos fé nele”, desabafa.

María Julia é de La Matanza, periferia empobrecida de Buenos Aires, que, com dois milhões de habitantes, é o segundo município mais populoso do país, apenas atrás da capital. É um bastião eleitoral do peronismo, cujo candidato, Sergio Massa, foi derrotado na segunda volta das presidenciais, este domingo. Dos 135 municípios da província de Buenos Aires, Milei ganhou em 108. Das 24 províncias argentinas, foi o mais votado em 21.

“Acredito que Milei fará as coisas bem feitas, porque é economista e o maior problema da Argentina é a economia”, confia María Julia. Ao lado dela, Dana Durante, de 22 anos, sente que agora pode ter futuro. “Sinto a possibilidade de uma vida diferente. Com a vitória de Milei, poderei escolher a minha vida, planear o meu futuro com liberdade. Sinto-me livre, por fim”, celebra.