O desempenho eleitoral da Alternativa para a Alemanha fora do seu bastião tradicional dos estados da ex-Alemanha de Leste sugere e confirma que a expansão da sua base eleitoral está alinhada com a radicalização do seu discurso. Coligação que sustenta Governo de Olaf Scholz foi penalizada
O facto de o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ter obtido o terceiro lugar nas eleições estaduais na Baviera e o segundo em Hesse — ambos estados situados na Alemanha Ocidental, fortes em termos económicos e representando quase 25% da população alemã — é “absolutamente alarmante”, diz ao Expresso Philipp Sähloff, diretor do think tank Polisphere.eu, com sede em Berlim.
As eleições estaduais do último domingo produziram três “claros vencedores”, sustenta o analista político: “Boris Rhein liderando a CDU [União Democrata-Cristã] em Hesse, Hubert Aiwanger e os Eleitores Livres [Freie Wähler, direita] na Baviera e a AfD em ambos os estados”. O deslize sempre em direção à direita confirma-se através da própria atitude de Rhein, líder vencedor da CDU em Hesse. Conhecido pela sua postura moderada ao estilo da ex-chenceler Angela Merkel, usou desta vez uma estratégia agressiva populista, ganhando votos e inspirando, talvez, uma nova atitude política.
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