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“Na Guiné-Bissau, as lógicas de dominação e de exploração continuam, só que o colono tem outra cor”, diz ex-ministro Dautarin da Costa

Dautarin da Costa é sociólogo, professor e ex-ministro da Educação da Guiné-Bissau
Dautarin da Costa é sociólogo, professor e ex-ministro da Educação da Guiné-Bissau
Danilo Vaz

Aos 50 anos de independência, a Guiné-Bissau é hoje um país mergulhado numa enorme crise democrática, com atentados à liberdade de expressão e de manifestação que parecem estar longe dos olhares externos. Mas Dautarin da Costa, sociólogo, professor universitário e ex-ministro da Educação (2019-2020), diz sentir um fôlego emergente na nova geração para dar à Guiné-Bissau o país que Amílcar Cabral imaginou

“Na Guiné-Bissau, as lógicas de dominação e de exploração continuam, só que o colono tem outra cor”, diz ex-ministro Dautarin da Costa

Joana Ascensão

Em Bissau, Guiné-Bissau

A sociedade bissau-guineense está inquieta e insatisfeita, mas ainda fala em surdina. O país tem estado mergulhado numa profunda crise política e democrática desde que, no arranque de dezembro, o Presidente Umaro Sissoco Embaló dissolveu a Assembleia Nacional Popular com o Governo eleito há menos de dois meses – algo contrário ao que diz a Constituição. Desde então, manifestações e comícios foram proibidos. As visitas à sepultura do líder nacional, Amílcar Cabral, foram barradas. Os jornalistas foram acusados pelo Presidente de serem “da oposição”. Um relatório da Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia uma regressão nos direitos e liberdades das pessoas, com espancamentos e prisões arbitrárias. E os partidos políticos, incluindo o do Presidente (MADEM, Movimento para Alternância Democrática), denunciam falta de democracia no país.

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