
Ao arrepio dos prazos constitucionais, Umaro Sissoco Embaló dissolveu o Parlamento, de maioria adversária, alegando que este protege governantes criminosos
Ao arrepio dos prazos constitucionais, Umaro Sissoco Embaló dissolveu o Parlamento, de maioria adversária, alegando que este protege governantes criminosos
Helena Fidalgo, em Bissau (serviço especial da Lusa para o Expresso)
A decisão do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, não surpreendeu os guineenses, que viveram os últimos quatro meses entre a esperança da expressão “é desta que o país avança” e a espera por “mais um golpe, como já é tradição”. A população quebra o silêncio para falar apenas da “canseira” de uma vida a contar trocos diariamente, mas que encerra o peso da instabilidade política, num país onde nunca um Governo levou o mandato até ao fim. O chefe de Estado dissolveu a Assembleia Nacional Popular (ANP), cujo presidente, Domingos Simões Pereira, qualificou este gesto como golpe de Estado constitucional. Acusa o Presidente e primeiro-ministro portugueses de se deixarem usar por Sissoco.
Seis meses depois das legislativas de 4 de junho e quatro meses decorridos desde a tomada de posse do Governo da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI)/Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Presidente decidiu dissolver o Parlamento, suspender a Constituição e todas as instituições e anunciar que ficaria um comité militar ou um conselho militar a governar o país.
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