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Supremo brasileiro reforça vigilância na casa de Jair Bolsonaro para evitar fuga antes do julgamento por tentativa de golpe

Supremo brasileiro reforça vigilância na casa de Jair Bolsonaro para evitar fuga antes do julgamento por tentativa de golpe
Pedro H. Tesch

Nas vésperas do início da fase final do julgamento de Jair Bolsonaro, o juiz Alexandre de Moraes considera que há risco de fuga, autorizando a presença de polícia dentro do terreno da casa do ex-presidente

O Supremo Tribunal Federal do Brasil ordenou este sábado o reforço da vigilância policial da residência do ex-Presidente Jair Bolsonaro, para evitar uma fuga nas vésperas do início da fase final do seu julgamento por tentativa de golpe de Estado.

O juiz Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, determinou que os agentes da Polícia Criminal de Brasília registem todos os veículos que saem da residência do ex-Presidente na capital e que o informem sobre os ocupantes das viaturas.

O magistrado ordenou também a monitorização da área interna do terreno da residência, onde o ex-Presidente (2019-2022) cumpre prisão domiciliária desde o início de agosto. Alexandre de Moraes entendeu que Jair Bolsonaro teria condições de fugir por ser proprietário de outros imóveis vizinhos, explica o site da "Veja".

“A efetividade do monitoramento integral do réu Jair Bolsonaro, determinado em decisão anterior, exige a adoção de novas medidas, que conciliem a privacidade dos demais residentes do local e a necessária garantia da lei penal, impedindo qualquer possibilidade de fuga", justificou o juiz, citado pela revista "Veja".

Segundo o juiz, as novas medidas conciliam a "privacidade" dos outros ocupantes da casa, onde Bolsonaro mora com a mulher e a filha. Flávio Bolsonaro, senador e filho do ex-presidente, criticou ainda assim o juiz, acusando-o de "invasão de privacidade", segundo o "Uol".

Alexandre de Moraes, em linha com a opinião do Ministério Público, evitou ordenar a vigilância dos movimentos do ex-Presidente dentro da casa, como havia sido sugerido pela Polícia Federal.

Um grupo de agentes já fazia um acompanhamento contínuo dos arredores da residência, mas o início da fase final do processo previsto para a próxima terça-feira levou o magistrado a endurecer as medidas.

Além de estar em prisão domiciliária, o ex-presidente usa pulseira eletrónica e está proibido de usar redes sociais, como parte das medidas cautelares que lhe foram impostas.

Bolsonaro está a ser julgado por supostamente liderar uma conspiração que visava anular os resultados das eleições de 2022, nas quais foi derrotado pelo atual Presidente do Brasil, Lula da Silva, e incitar ataques às sedes da Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro de 2023.

Os cinco crimes dos quais, com outros altos funcionários militares e políticos do seu governo são acusados, podem levar a uma pena de prisão de cerca de 40 anos.

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