Telavive anunciou ter retirado a maior parte das tropas do Sul da Faixa de Gaza, avançou a agência Reuters, este domingo. No terreno continua, pelo menos, uma brigada (a Nahal) com milhares de soldados para, alegadamente, proteger o “corredor Netzarim”, que atravessa o enclave entre a área de Be'eri, no sul de Israel, até à região costeira de Gaza.
A decisão terá na base pressões da administração Biden, mas não é claro se representa um adiamento no avanço terrestre sobre Rafah, onde mais de um milhão de palestinianos procuram refúgio. O corredor, onde se encontra a brigada Nahal, permite ataques israelitas no norte e centro de Gaza, mas também a passagem de ajuda humanitária.
A redução de tropas surge numa altura em que o Egito prepara nova ronda de conversações para alcançar um cessar-fogo e após Washington ter anunciado que a Casa Branca não apoia uma operação terrestre em Rafah sem um plano credível para garantir a segurança da população civil.
Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que não haverá um cessar-fogo em Gaza até que os reféns sejam libertados. Após uma reunião de Conselho de Ministros, afirmou que Israel não cederá às exigências "extremas" do Hamas.
Passaram seis meses desde o início da guerra em Gaza, na sequência do ataque do movimento islâmico Hamas a kibutz israelitas que fizeram mais de 1200 mortos e 253 reféns, a 7 de outubro de 2023.
A operação militar contra o Hamas na faixa de Gaza já fez, entretanto, mais de 33 mil mortos palestinianos, na sua maioria civis, entre os quais muitas crianças.
Este domingo, milhares de israelitas voltaram a manifestar-se nas ruas de Telavive contra o Governo de Benjamin Netanyahu e apelando a um acordo para recuperar os reféns levados 7 de outubro que ainda possam estar vivos.
Esta manifestação surge um dia após o Governo ter admitido que as forças militares israelitas mataram mais um refém israelita, Elad Katzir, durante um ataque em Gaza.
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