Quem? Como? Porquê? São algumas das questões que permanecem por responder relativamente ao atentado que vitimou dezenas de pessoas na Rússia, esta sexta-feira. Nuno Rogeiro e José Milhazes esclarecem o que poderá ter acontecido ao certo no interior do Crocus City Hall, o shopping onde um grupo de homens disparou impiedosamente sobre os muitos civis que se encontravam no seu interior.
Nuno Rogeiro começa por dizer que ainda não há certezas sobre quem são os responsáveis do massacre, contudo revela que um grupo próximo do Estado Islâmico já reivindicou o ataque, reivindicação essa que ainda não pôde ser confirmada.
Lembra que muitos dos massacres levados a cabo na Federação Russa nos últimos anos foram perpetrados por grupos extremistas como a Al-Qaeda e outros provenientes da Chechénia.
“Não há metralhadoras envolvidas”
Informa que o massacre foi levado a cabo por cinco homens e que "não há metralhadoras envolvidas".
"Eles estão todos armados com espingardas automáticas de assalto Kalashnikov, as mais comuns na Rússia, e também sacos que parecem ser sacos com explosivos", acrescenta.
Nuno Rogeiro acredita que o ataque possa ter sido realizado por elementos ligados ao Daesh, grupo que já declarou por diversas vezes que "a Rússia é um país de infiéis e que persegue os verdadeiros crentes".
"A Rússia tem tratado com mão pesada vários grupos que podem agora sentir-se vítimas", atira.
“A Rússia tem brincado com o fogo em dois aspetos”
Contudo, "há um problema" que não pode ser esquecido, nota o comentador:
"A Rússia tem brincado com o fogo em dois aspetos: por um lado, a Rússia cortou as suas pontes com os serviços de informação ocidentais, portanto já não recebe a cooperação que recebia e segundo admitiu nas suas Forças Armadas muitas pessoas que não verificou e que, pura e simplesmente, deixou entrar nas fileiras e podem ser pessoas ligadas a esses grupos".
Há poucas semanas, os EUA alertaram para um possível ataque terrorista na Rússia. José Milhazes diz que a Casa Branca já veio a público garantir que não sabia do massacre desta sexta-feira, embora o comentador acredite que Washington sabia de alguma coisa".
Frisa que agora "vai-se colocar a seguinte questão": "Moscovo, que Putin diz ser uma cidade onde não passa um rato despercebido, como é que acontece uma coisa destas? É que já não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez".
José Milhazes concorda com a ideia apresentada por Nuno Rogeiro de que os responsáveis pelo massacre são "elementos islâmicos radicais". Informa também que os combatentes voluntários que lutam ao lado das forças ucranianas já vieram dizer que não estão ligados aos acontecimentos desta sexta-feira.
Vários funcionários do centro comercial detidos
De acordo com as informações recolhidas pelo comentador, a polícia russa já deteve dois possíveis elementos do grupo armado, "que não se sabe bem quantos são", e ainda cinco funcionários do centro comercial.
"Ao que tudo indica, para uma operação deste tipo, eles deveriam ter ajuda no interior para poderem penetrar armados e, ao que tudo indica, com carros armadilhados", afirma.
Para terminar, Nuno Rogeiro informa que São Petersburgo e outras cidades russas "têm todos os eventos públicos cancelados e há muitos edifícios a serem cancelados".
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