Internacional

Trump pede a mudança do julgamento do assalto ao Capitólio para fora de Washington

Donald Trump durante uma conferência na Florida, em julho passado
Donald Trump durante uma conferência na Florida, em julho passado
Marco Bello/REUTERS

Trump é acusado de tentar subverter as eleições de 2020 e alega que a juíza Tanya Chutkan não é imparcial

A defesa de Donald Trump vai pedir a mudança de tribunal do julgamento em que é acusado de tentar subverter as eleições de 2020, considerando que a juíza Tanya Chutkan não é imparcial, anunciou, este domingo, Trump nas redes sociais.

"Não há maneira de eu ter um julgamento justo com a juiza 'designada'", disse o ex-Presidente dos Estados Unidos (2017-2020) numa publicação nas redes sociais, em que ainda considerou "ridículo" o caso em que está sendo acusado.

Trump quer que o julgamento tenha lugar num tribunal fora de Washington DC.

O republicano também insultou de procurador especial do caso, Jack Smith, que chamou de "transtornado", e reiterou que o Departamento de Justiça o está a investigar por ser o principal opositor do presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, nas eleições do próximo ano.

Trump compareceu na quinta-feira perante o tribunal onde se declarou inocente dos quatro crimes que lhe são imputados, com penas até 20 anos de prisão. É acusado de ter tentado reverter as eleições de 2020, em que perdeu para Joe Biden, e ter instigado o ataque ao Capitólio.

A procuradoria acusa-o de ter mentido deliberadamente ao denunciar falsas fraudes eleitorais e de ter arquitetado um plano para reverter os resultados das eleições que levaram ao assalto ao Capitólio em 2021, quando uma multidão de partidários de Trump atacou o Congresso para impedir a ratificação da vitória de Biden.

Em entrevista à CNN, John Lauro, advogado do ex-presidente, negou que Trump tenha participado numa "conspiração" contra as eleições e argumentou que tudo o que fez foi “protestar” contra os resultados eleitorais, algo que disse que é protegido pela “liberdade de expressão”.

Além disso, rejeitou que seja punível a pressão que Trump exerceu sobre seu vice-presidente, Mike Pence, para que, na qualidade de presidente do Senado, impedisse a ratificação da vitória de Biden no Congresso.

"O que o presidente Trump não fez foi ordenar que o vice-presidente Pence não fizesse nada. Ele pediu de forma aspiracional. Pedir é protegido pela primeira emenda", argumentou.

Pence, desde então afastado de Trump, denunciou em várias ocasiões que o ex-presidente o pressionou a contornar a Constituição.

Esta é o terceiro caso criminal contra o ex-presidente, acusado também em Nova Iorque por subornar a atriz pornográfica Stormy Daniels e em Miami por ter levado ilegalmente documentos sigilosos ao deixar a presidência.

Os processos judiciais, porém, não diminuíram a popularidade de Trump, grande favorito nas primárias republicanas para as eleições de 2024.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate