Israel: Netanyahu adiou polémica reforma judicial “para dar uma oportunidade real ao diálogo” e “evitar a guerra civil”
A reforma do sistema judicial colocou sob fogo o governo liderado por Benjamin Netanyahu
Amir Levy / Getty Images
No fim de um dia de greve geral “histórica” em Israel, em protesto contra a proposta de reforma judicial de iniciativa do governo, o primeiro-ministro de Israel adiou a discussão da nova legislação para daqui a um mês, sensivelmente. “Quando há uma opção para evitar a guerra civil por meio do diálogo, eu reservo um tempo para o diálogo”, disse Netanyahu
No término de um dia de de greve geral “histórica”, como o qualificou o Histadrut, o grande sindicato israelita, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dirigiu-se ao país para comunicar o adiamento das leituras finais de uma polémica reforma judicial que está em discussão no Parlamento (Knesset), “para dar uma oportunidade real ao diálogo”.
“Quando há uma opção para evitar a guerra civil por meio do diálogo, eu reservo um tempo para o diálogo.”
Num discurso transmitido pela televisão, Netanyahu disse estar “consciente das tensões” e que “está a ouvir o povo”. “Bibi”, como também é conhecido, disse não estar “disposto a aceitar uma minoria de extremistas desejosa de espartilhar o nosso país em pedaços e a guiar-nos para a guerra civil, apelando à recusa do serviço militar, o que é um crime terrível”.
Protesto à porta do Parlamento israelita contra a reforma judicial pretendida pelo primeiro-ministro Banjamin Netanyahu
O primeiro-ministro particularizou um assunto sensível para a segurança de Israel: a recusa de alguns reservistas em participar em exercícios militares, como forma de protesto. “O Estado de Israel não pode prosseguir com pessoas que se recusam a servir no exército. Recusar é o fim do nosso país”, disse.
Netanyahu, que é o israelita que mais tempo desempenhou o cargo de primeiro-ministro, disse que vai “revirar todas as pedras até encontrar uma solução”.
Saudações e reservas
A intervenção de Netanyahu gerou consequências imediatas, com o Histadrut a cancelar a greve geral que tinha convocado para esta terça-feira.
No domínio político, o Presidente Isaac Herzog saudou a interrupção da revisão judicial como “a coisa certa a fazer”. “Agora é a hora de um diálogo honesto e que baixe as chamas.”
O líder da oposição, Yair Lapid, disse estar disponível para “entrar em discussões” com a coligação governamental, mas apenas se “a legislação for realmente interrompida”. Sobram muitas reservas em Israel.
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