O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan propôs esta quinta-feira ao seu homólogo ucraniano Volodomyr Zelensky um encontro entre os presidentes da Ucrânia e da Rússia.
Desde o início do conflito que Erdogan insiste numa reunião ao mais alto nível entre as partes beligerantes, no quadro dos esforços de mediação que a Turquia vem realizando. Até agora os russos sempre recusaram essa possibilidade, sugerindo que tal só aconteceria se os temas em discussão tivessem sido negociados previamente pelas respectivas equipas diplomáticas.
O máximo que Erdogan tinha conseguido até agora foi uma reunião a nível de ministros dos Estrangeiros, em abril passado, em Antalya, da qual não resultou nenhuma solução concreta.
Sucesso nos cereais
O sucesso do histórico acordo de Istambul para o escoamento dos cereais ucranianos, que foi mediado pela Turquia e representou uma grande vitória diplomática para Erdogan, levou o Presidente turco a relançar a possibilidade de um encontro entre os dois presidentes. "Este acordo abre boas perspectivas para outro", defendeu Erdogan.
Algumas fontes sugerem que Putin terá agora mudado a sua abordagem e estaria pronto para um encontro com Zelensky, sem pré-condições, o que teria sido transmitido a Erdogan na cimeira entre os presidentes russo e turco no passado dia 5 de agosto, em Sochi.
A confirmar-se, e assumindo que Zelensky aceitaria a proposta (no passado tinha dito que estaria pronto para tal), seria uma nova vitória diplomática para Erdogan, que serviria para reabilitar ainda mais a sua imagem internacional, consolidando também a sua posição a nível interno a meses das próximas eleições presidenciais (junho 2023).
Erdogan na Ucrânia
Recep Tayyip Erdogan chegou esta quinta-feira a Lviv, uma cidade na zona ocidental da Ucrânia, onde se vai reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Segundo fontes governamentais citadas pela NTV, Erdogan manifestará igualmente o seu apoio à extensão do acordo que permitiu retomar a exportação de cereais ucranianos que ficaram bloqueados pela guerra, iniciada em 24 de fevereiro.
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