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Ataque “cobarde” que matou ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe deixa comunidade internacional “chocada”

Shinzo Abe
Shinzo Abe
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Dirigentes políticos de todo o mundo, do Paquistão e Índia ao Reino Unido e Nova Zelândia, têm reagido com consternação e choque ao ataque que atingiu Shinzo Abe esta sexta-feira. O antigo primeiro-ministro não resistiu aos ferimentos

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G20 reunidos, nesta sexta-feira, em Bali, na Indonésia, expressaram a sua condenação do ataque com arma de fogo que matou Shinzo Abe. A comunidade internacional tem manifestado, nas últimas horas, choque e tristeza.

Ainda antes de confirmado o falecimento do antigo primeiro-ministro japonês, os chefes das diplomacias dos países que integram o G20 transmitiram a sua posição ao homólogo nipónico, Yoshimasa Hayashi, que participa no encontro no sul da Indonésia. Rezamos por uma rápida recuperação, referia a presidência indonésia da reunião, no arquipélago de Bali.

O Governo português condenou o ataque contra o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que morreu após ter sido baleado enquanto discursava num comício, afirmando que “não há lugar para a violência na política”.

“Não há lugar para a violência na política. Portugal condena o ataque contra o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe e reiteramos a nossa solidariedade a todos os amigos japoneses”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, numa nota publicada na rede social Twitter.

Na mesma mensagem, o chefe da diplomacia portuguesa acrescentou que Portugal envia em especial “uma mensagem de apoio à família de Shinzo Abe neste momento muito difícil”.

O Presidente da República cabo-verdiano, José Maria Neves, também se mostrou “profundamente consternado” com a morte do ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, recordando-o como um “grande amigo de Cabo Verde”.

“Tive a oportunidade de me encontrar com ele em junho de 2013 [então como primeiro-ministro cabo-verdiano], no Japão, e mostrou-se como um grande amigo de Cabo Verde e disponível para financiar projetos estruturantes nos domínios da mobilização da água, do agronegócio e das pescas, no quadro de uma forte parceria para o desenvolvimento, que se mantém muito vigorosa, até hoje”, recordou José Maria Neves.

Na mesma mensagem, que acompanha uma foto de José Maria Neves com Shinzo Abe, o chefe de Estado refere que apresentou condolências ao Imperador, ao Governo e ao “povo do Japão”, por “esta grande perda”.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, expressou choque e tristeza pela morte de Shinzo Abe, em comunicado, que foi divulgado pelo gabinete presidencial nesta sexta-feira. "Dirijo as minhas condolências à família, que está de luto, e ao povo japonês, que perdeu o seu primeiro-ministro com mais longevidade, além de um político respeitado na História do Japão", declarou o presidente da Coreia do Sul. "O ataque que matou o primeiro-ministro Abe é um ato criminoso inaceitável."

Já o presidente russo, Vladimir Putin, enviou uma carta pessoal de condolências à família do ex-líder japonês, considerando-o "um estadista excepcional".

“Por favor, aceite as minhas mais profundas condolências pelo falecimento do vosso filho e marido, Shinzo Abe”, escreveu Putin, numa carta endereçada à mãe e mulher de Shinzo Abe.

O presidente colombiano, Ivan Duque, também expressou profundo pesar em nome dos colombianos, escrevendo: "Sempre nos lembraremos dele como um líder muito próximo da Colômbia. Solidariedade com a família e o povo japonês."

O chanceler alemão Olaf Scholz, por seu lado, escreveu, no Twitter, que estava “atordoado e profundamente entristecido” com o óbito de Abe, dizendo que o Estado alemão “quer manter-se próximo do Japão”.

Os líderes de Israel também se manifestaram: o primeiro-ministro, Yair Lapid, elogiou Abe, dizendo que este foi "um dos líderes mais importantes do Japão moderno e um verdadeiro amigo de Israel". O presidente de Israel, Isaac Herzog, também divulgou um comunicado, revelando estar "horrorizado com o desprezível assassinato de Shinzo Abe, um dos líderes mais proeminentes do Japão nos tempos modernos".

Para a antiga primeira-ministra britânica Theresa May, a morte de Shinzo Abe significou a perda de “um estadista do mais alto calibre”.

O presidente francês declarou-se profundamente chocado com o ataque odioso contra Shinzo Abe, reação idêntica à de Espanha, Alemanha e da NATO. França está com o povo japonês”, acrescentou Emmanuel Macron num texto divulgado na rede social Twitter e endereçando apoio aos familiares e amigos do ex-primeiro-ministro conservador japonês.

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, expressou “choque” pelo atentado a tiro na cidade de Nara. “Estou chocada com a notícia do ataque contra Shinzo Abe. Os nossos pensamentos estão com ele e com a família”, disse a chefe da diplomacia de Berlim numa mensagem difundida pela rede social Twitter. Baerbock participa na reunião do G20 em Bali.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, numa mensagem transmitida pelas redes sociais, expressou “comoção” em relação ao atentado que considerou “cobarde”. Da mesma forma, o secretário-geral da NATO diz-se “profundamente chocado” com o “odioso” atentado contra Abe.

As palavras que surgem da Casa Branca são também de choque e tristeza, como adiantou um alto funcionário norte-americano à CNN. "Estamos chocados e tristes, depois de tomarmos conhecimento do ataque violento contra o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe."

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se “chocado e entristecido com o ataque cobarde” contra o ex-primeiro-ministro japonês. Já o primeiro-ministro demissionário do Reino Unido, Boris Johnson, disse-se triste e consternado com o ataque desprezível, também numa publicação no Twitter.

O embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, manifestou-se triste e chocado”. Antigo chefe de gabinete de Barack Obama, escreveu: “Estamos todos tristes e chocados com o ataque contra o antigo primeiro-ministro, Abe Shinzo. Abe foi um líder notável do Japão e um aliado firme dos Estados Unidos. O Governo e o povo americano rezam pelo seu bem-estar, da sua família e do povo japonês.

Profundamente perturbado pelo ataque ao meu querido amigo Abe, reagiu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, igualmente no Twitter. Os nossos pensamentos e orações estão com ele, com a sua família e o povo japonês, acrescentou.

Os nossos pensamentos e orações estão com a sua família e o povo do Japão, escreveu Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no Twitter.

O Presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, também manifestou estar profundamente chocado com o ataque violento, dirigindo os seus pensamentos à família de Abe e à nação japonesa.

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, revelou-se chocado com as tristes notícias, acrescentando: Enviamos as nossas orações e votos de boa recuperação e boa saúde.

Também Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, disse estar profundamente chocada com a notícia, e referiu-se, na rede social Twitter, ao ex-líder japonês: “Foi um dos primeiros dirigentes que conheci quando me tornei primeira-ministra. Estava profundamente comprometido com o seu papel, mas também era generoso e gentil. Os meus pensamentos estão com a sua esposa e o povo do Japão. Acontecimentos como este abalam-nos profundamente.

Para a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, um ato de tal violência é “um ataque contra a própria ideia de democracia”.

O embaixador de Portugal no Japão, Vítor Sereno, disse estar chocado com as notícias sobre o ataque contra o antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe atingido a tiro durante um discurso político na cidade de Nara.

Estou chocado com as notícias sobre o disparo contra o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, escreveu o embaixador de Lisboa em Tóquio numa mensagem em inglês e japonês na conta da Embaixada de Portugal no Japão, na plataforma digital Facebook.

Portugal e o Japão são firmes aliados e amigos há muito tempo, diz o diplomata na mesma mensagem, em que endereça cumprimentos à família do ex-primeiro-ministro japonês.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, condenou aquilo que diz ser um ataque covarde, acrescentando: Espero e rezo para que recupere”.

Outros líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, o Presidente romeno, Klaus Iohannis, e o líder da Irlanda, Micheál Martin, partilharam mensagens semelhantes online.

O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, referiu-se a um ato de violência sem sentido, dizendo que recentemente (em maio) recebeu Abe para um almoço durante uma visita a Tóquio.

A embaixada russa no Japão escreveu, em comunicado: Oramos pela saúde do ex-primeiro-ministro do Japão, Sr. Shinzo Abe... Condenamos veementemente o atentado bárbaro contra a sua vida.O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse através de um porta-voz que o país está em choque e endereçou cumprimentos à família do ex-primeiro-ministro conservador do Japão.

O Governo japonês foi o primeiro a condenar o ataque. Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar", disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cancelou a agenda eleitoral. A ex-ministra do Interior e das Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, também condenou o ataque, dizendo que não perdoa o terrorismo político, enquanto o ministro da defesa no tempo de Abe, Satoshi Nakanishi, disse que o terrorismo e a violência não devem ser perdoados.

O antigo líder japonês foi alvejado pelas costas com uma arma de fogo quando discursava numa rua na cidade de Nara num comício eleitoral do Partido Liberal Democrático (PLD) para as eleições para o Senado, marcadas para 10 de julho.

O alegado autor do ataque foi detido e a arma apreendida. Os comícios eleitorais no Japão são geralmente realizados nas ruas e com poucas medidas de segurança, devido à baixa taxa de criminalidade e de ataques com armas de fogo.

Shinzo Abe esteve em funções como primeiro-ministro do Japão em 2006 durante um ano e novamente de 2012 a 2020.

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