3 junho 2022 11:35

Com filho, neto e bisnetos, três deles futuros reis, Isabel II projeta a continuidade da monarquia
hannah mckay/reuters
País celebra até domingo 70 anos de reinado de Isabel II, enquanto cresce contestação a Boris Johnson
3 junho 2022 11:35
“Quem me dera que ela estivesse no meu Governo!” O desabafo que John Major fez ontem, referindo-se à rainha para quem foi um de 14 primeiros-ministros (1992-1997), é capaz de ecoar na mente de muitos dos seus concidadãos. Enquanto o país assinala o Jubileu de Platina (sete décadas de Isabel II no trono), o atual chefe de Governo arrisca-se a ser deposto pelo seu partido. Acusado pelo seu conselheiro de ética de não ter demonstrado que não violou o código de conduta governamental, Boris Johnson está sob investigação no Parlamento devido às festas ilegais na residência oficial durante a pandemia e há no seu Partido Conservador quem não lho perdoe.
Ontem, o centro de Londres encheu-se de pessoas desejosas de homenagear a soberana. Assistiram à parada militar que assinalou não só o Jubileu como o seu 96º aniversário (Isabel nasceu a 21 de abril, mas a festa é sempre em junho, por causa do inclemente clima britânico). “É extraordinário. Nunca vai voltar a acontecer”, afirmou ao Expresso o militar na reserva Reg Martin, sentado perto do Palácio de Buckingham. “Claro que quando ela morrer continuaremos a ter rei, mas não vai ser a mesma coisa”, prossegue, sem deixar de considerar o herdeiro Carlos “muito capaz”. Recordando colocações tão diversas como Irlanda do Norte e Belize, assegura sentir honra em ter servido a chefe de Estado, com quem esteve pessoalmente duas vezes. E torce o nariz quando se lhe fala de Johnson. “Nem sei onde isso vai acabar!”