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Críticas à compra da Euronews por empresa portuguesa sobem de tom na Europa. Qual é, afinal, o problema?

O jornal "Voz da Hungria", que se situa no centro-direita mas faz quer denunciar o Governo do Fidesz por considerar que os seus valores não estão de acordo com a democracia nem com o conservadorismo democrático
O jornal "Voz da Hungria", que se situa no centro-direita mas faz quer denunciar o Governo do Fidesz por considerar que os seus valores não estão de acordo com a democracia nem com o conservadorismo democrático
Chris McGrath/Getty Images

O chefe-executivo da Alpac, uma empresa de capital de risco com sede em Lisboa, é filho de um grande apoiante do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. A Alpac decidiu adquirir a Euronews, que chega a cerca de 400 milhões de lares na Europa. Levantou-se uma onda de críticas. Mas porquê? O que se passou nos últimos anos no panorama mediático da Hungria para haver tanta gente com medo desta manobra de aquisição?

Críticas à compra da Euronews por empresa portuguesa sobem de tom na Europa. Qual é, afinal, o problema?

Ana França

Jornalista da secção Internacional

O último relatório sobre a Hungria da alta comissária das Nações Unidas para a Liberdade de Opinião e Expressão, Irene Khan, traz uma conclusão alarmante, e logo no título: “O garrote do Governo aos meios de comunicação social é um risco para os direitos humanos”.

Durante uma semana, Khan reuniu-se com académicos, jornalistas, sindicalistas, mas também com vários ministros, com membros do Conselho para os Meios de Comunicação Social, advogados e juízes, e concluiu que as intervenções do Governo do primeiro-ministro Viktor Orbán no setor ao longo da última década “criaram uma monopólio, providenciando fundos estatais para o apoio de jornais e televisões pró-governo assim facilitando a expansão desses meios de comunicação, em detrimento dos outros cujas reportagens são mais críticas da ação governativa”, lê-se no relatório publicado no fim de novembro pela alta comissária.

Empresa portuguesa compra Euronews - que tem isso a ver com a Hungria?

A Hungria e o seu panorama mediático atípico voltaram esta semana às notícias depois de a Euronews, que transmite em 12 línguas e chega a mais de 400 milhões de casas, ter sido adquirida pela Alpac, uma empresa portuguesa de capital de risco detida por Pedro Vargas David, filho de Mário David, ex-deputado europeu, conselheiro político e amigo de Viktor Orbán há mais de 30 anos, e Luís Santos (filho do selecionador português Fernando Santos).

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