O último relatório sobre a Hungria da alta comissária das Nações Unidas para a Liberdade de Opinião e Expressão, Irene Khan, traz uma conclusão alarmante, e logo no título: “O garrote do Governo aos meios de comunicação social é um risco para os direitos humanos”.
Durante uma semana, Khan reuniu-se com académicos, jornalistas, sindicalistas, mas também com vários ministros, com membros do Conselho para os Meios de Comunicação Social, advogados e juízes, e concluiu que as intervenções do Governo do primeiro-ministro Viktor Orbán no setor ao longo da última década “criaram uma monopólio, providenciando fundos estatais para o apoio de jornais e televisões pró-governo assim facilitando a expansão desses meios de comunicação, em detrimento dos outros cujas reportagens são mais críticas da ação governativa”, lê-se no relatório publicado no fim de novembro pela alta comissária.
Empresa portuguesa compra Euronews - que tem isso a ver com a Hungria?
A Hungria e o seu panorama mediático atípico voltaram esta semana às notícias depois de a Euronews, que transmite em 12 línguas e chega a mais de 400 milhões de casas, ter sido adquirida pela Alpac, uma empresa portuguesa de capital de risco detida por Pedro Vargas David, filho de Mário David, ex-deputado europeu, conselheiro político e amigo de Viktor Orbán há mais de 30 anos, e Luís Santos (filho do selecionador português Fernando Santos).
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