Internacional

Austrália vai pedir no G20 que o mundo responsabilize as redes sociais

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, irá a Roma e Glasgow este outono
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, irá a Roma e Glasgow este outono
JOEL CARRETT/EPA

O primeiro-ministro australiano anunciou que vai apelar na cimeira do G20, em Roma, a uma ação conjunta mais forte e rigorosa para responsabilizar as empresas que gerem redes sociais pelas mensagens aí divulgadas

O primeiro-ministro australiano disse esta quinta-feira que vai apelar na cimeira do G20, em Roma, à responsabilização das empresas que gerem redes sociais pelas mensagens nelas divulgadas. Scott Morrison criticou as mensagens de assédio e ódio que os utilizadores publicam sob anonimato, sem que as redes sociais tomem medidas preventivas ou corretivas: “Não é liberdade de expressão, é apenas cobardia”.

O Governo australiano está a trabalhar num código de privacidade para redes e plataformas sociais, bem como para outras empresas que gerem dados. O projeto inclui medidas rigorosas relacionadas com requisitos de privacidade, bem como acesso a menores.

Morrison explicou que vai apresentar este projeto de lei no G20, além de medidas anteriores aplicadsa no seu país, como a criação de uma comissão de segurança virtual para regular as atividades nas redes sociais. O problema não afeta apenas a Austrália, sublinhou o governante aos jornalistas, antes de iniciar a viagem a Roma.

Morrison recordou os progressos realizados na sequência do manifesto assinado em Paris, em 2019, por dez países e gigantes da Internet para tornar mais eficaz a luta contra a divulgação de conteúdos ou mensagens terroristas que incitam ao ódio. A iniciativa, liderada pela Nova Zelândia e França, seguiu-se ao ataque supremacista nesse ano na cidade neozelandesa de Christchurch que resultou na morte de 51 muçulmanos, depois de o autor do ataque ter transmitido ao vivo parte do massacre.

Neutralidade carbónica até 2050

Espera-se também que o primeiro-ministro australiano apresente no G20 um plano para que o país atinja a neutralidade das emissões líquidas de carbono até 2050. A Austrália é um dos maiores poluidores do mundo, se forem consideradas as exportações de combustíveis fósseis.

Além da presença em Roma, este fim de semana, Morrison também vai participar na cimeira climática de Glasgow, onde terá uma série de reuniões paralelas com dirigentes do G20, incluindo os parceiros no pacto de defesa AUKUS (Estados Unidos e Reino Unido), Argentina e México.

A imprensa australiana excluiu uma reunião presencial com o Presidente francês Emmanuel Macronm nesta viagem, após a crise que se seguiu ao cancelamento, em setembro, do contrato de construção de submarinos convencionais franceses a favor do desenvolvimento de outros dispositivos nucleares no âmbito do AUKUS.

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