Internacional

Presidente do Haiti morto a tiro na sua residência de Port-au-Prince

Moïse falando à agência Reuters
Moïse falando à agência Reuters
Valerie Baeriswyl/Reuters

Juvenel Moïse foi vítima do assalto de um comando armado desconhecido que incluía elementos estrangeiros. A sua mulher, Martine, foi também gravemente atingida. O país caribenho vê aprofundada a crise política que tem visto crescer semana após semana

O Presidente do Haiti, Juvenel Moïse, foi assassinado na sua residência privada do bairro de Pelerin, em Port-au-Prince, capital do país caribenho. O homicídio foi cometido na madrugada desta quarta-feira por um grupo não identificado de pessoas armadas, avança a agência Associated Press (AP).

O chefe de Estado foi mortalmente alvejado em casa e a primeira dama, Martine Moïse, também atingida, foi hospitalizada. Estas informações foram dadas pelo primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, que explica que o ataque foi levado a cabo por um “comando armado” no qual se incluíam elementos estrangeiros que falavam espanhol.

O governante apelou ao povo do Haiti para que permanecesse calmo, assegurando que tanto as forças policiais como o exército se encarregarão de manter a ordem.

O assassínio, na sequência de prolongados protestos que vinham a exigir a destituição do Presidente antes do final do mandato para que fora eleito, tem tudo para aprofundar as dificuldades que o país não tem conseguido ultrapassar nos últimos anos, marcados por instabilidade política e violência.

Tumultos deste as eleições de 2015

Filho de um comerciante e de uma costureira, Juvenel Moïse dera em fevereiro deste ano uma entrevista ao diário “El País”, na qual descreveu o aumento da violência no Haiti de semana para semana. Há um ano que a crise política se agudiza devido à pandemia, à destruição causada por sucessivos furacões que fustigaram o território e pro uma onda de violência e raptos entre uma população que possui mais armas do que alguma vez no passado, reporta o jornal espanho.

As eleições de 2015 estão na origem destes tumultos num país com 11,2 milhões de habitantes que se conta entre os mais pobres do mundo. A saída do anterior Presidente, Michel Martelly, abriu um processo eleitoral caótico que obrigou a nomear outro chefe de Estado interino até que fosse reconhecida a vitória de Moïse, passado um ano.

A oposição política entende que o Governo de Moïse teve início com a saída de Martelly e acusava-o de ser um “ditador” a governar por decreto. Em fevereiro último o Presidente agora assassinado garantira haver conspirações em curso contra a sua vida.

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