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Conflito na Faixa de Gaza agrava-se com mais bombardeamentos. Israel alega "falha de comunicação" e desmente ter tropas no terreno

Faixa de Gaza depois de um ataque israelita, dia 12 de maio de 2021
Faixa de Gaza depois de um ataque israelita, dia 12 de maio de 2021
HAITHAM IMAD/EPA

O exército israelita tinha avançado, na madrugada de sexta-feira, ter já "tropas aéreas e terrestres" na Faixa de Gaza mas, poucas horas depois, um porta-voz do exército veio dizer que afinal não há militares em Gaza, apenas artilharia mais perto da fronteira

O conflito militar contra o movimento islâmico xiita Hamas intensificou-se na madrugada de sexta-feira e rapidamente se espalhou a notícia de que as tropas israelitas já estaria na Faixa de Gaza, território palestiniano, até porque isso mesmo escreveu o exército no Twitter: "As tropas aéreas e terrestres das Forças de Defesa de Israel estão atualmente a atacar na Faixa de Gaza", dizia a publicação, que continuava na página oficial das IDF por volta da 1h30 da manhã, hora de Portugal Continental.

Num sinal de que o conflito pode escalar ainda mais, o ministro da Defesa de Israel já aprovou a mobilização de mais 9000 soldados reservistas. Segundo o porta-voz militar de Israel, está já a concentrar-se um reforço de efetivos na fronteira com a Faixa de Gaza. Há ainda veículos blindados e artilharia a postos para serem "mobilizados a qualquer momento".

O primeiro-ministro de Israel escreveu, entretanto, no Twitter que "a última palavra ainda não foi dita" e que esta operação militar "vai continuar enquanto for necessário". Numa outra declaração gravada em vídeo, Benjamin Netanyahu avisou: "Eu disse que iríamos cobrar um preço muito elevado ao Hamas. Estamos a fazer isso e vamos continuar a fazer isso com toda a força".

Por outro lado, o Hamas diz que "qualquer incursão terrestre em qualquer área da Faixa de Gaza será uma oportunidade para aumentar o número de mortos e prisioneiros entre o inimigo".

O conflito entre palestinianos e israelitas está a agravar-se, assistindo-se à pior escalada de violência nos últimos sete anos. Já morreram pelo menos 87 palestinianos, entre eles 18 crianças e oito mulheres, segundo o Ministério de Saúde do enclave.

Israel anunciou a morte de sete pessoas no seu território, incluindo um soldado atingido por um míssil antitanque e uma criança de seis anos atingida por um 'rocket'.

Muitas famílias que vivem em zonas próximas da fronteira abandonaram as suas casas e procuram abrigo em escolas geridas pela Organização das Nações Unidas.

A violência também já alastrou às comunidades mistas de judeus e árabes em Israel, uma nova frente no longo conflito. Sinagogas foram atacadas e os combates irromperam nas ruas de algumas cidades, levando o presidente de Israel a alertar para a possibilidade de uma guerra civil. Têm-se registado ataques dirigidos a pessoas sozinhas, anto a judeus quanto a árabes, apanhados por multidões na rua, espancados com muita gravidade.

Nota: este artigo foi atualizado com informação sobre o desmentido de Israel sobre a entrada de forças na Faixa de Gaza

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