O coronavírus é “o pior inimigo que se pode imaginar” e representa uma ameaça global maior do que o terrorismo, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS). Instando o mundo a “acordar” e a ser o mais agressivo possível no combate ao surto, a agência de saúde da ONU batizou esta terça-feira o coronavírus como COVID-19.
“CO” refere-se a “corona”, “VI” a “vírus”, “D” a “doença” e “19” ao ano em que surgiu. A OMS assegurou-se que o nome não faria qualquer referência a uma localização geográfica, animal ou grupo de pessoas. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “ter um nome é importante para impedir o uso de outros nomes que podem ser imprecisos ou estigmatizantes”.
As autoridades de saúde da China manifestaram-se esperançadas de que o surto terminaria em abril, mas Ghebreyesus mostra-se bastante menos otimista. Advertindo que a primeira vacina para o COVID-19 só estará pronta dentro de um ano e meio, o diretor-geral da OMS sublinhou: “Um vírus é mais poderoso na criação de tumultos políticos, sociais e económicos do que qualquer ataque terrorista.”
“Somos apenas tão fortes quanto o nosso elo mais fraco e, se este vírus chegar a sistemas de saúde mais fracos, causará estragos... Os surtos podem provocar convulsões políticas, sociais e económicas que afetam todas as áreas da sociedade”, acrescentou, em conferência de imprensa.
O diretor executivo do Programa da OMS para Emergências em Saúde, Michael Ryan, disse esta terça-feira em Genebra, na Suíça, que o COVID-19 tem potencial para se espalhar mais rapidamente do que os vírus do ébola ou da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). No fim de semana, o novo coronavírus ultrapassou o número de mortos do surto de SARS entre 2002 e 2003.
Número mais baixo de novos casos desde início do mês
A Comissão Nacional de Saúde chinesa atualizou entretanto para 1.113 o número de mortes e para 44.653 o número de casos confirmados na China continental. Em termos globais, há mais dois óbitos a registar (um nas Filipinas e outro em Hong Kong), enquanto o número de casos está atualmente nos 45.171.
A maioria dos novos casos continua a ser detetada em Wuhan, capital da província de Hubei, onde se acredita que o vírus terá tido origem em dezembro num mercado de marisco e carne. Fora daquela província central da China, as novas infeções caíram pelo oito dia consecutivo.
Esta terça-feira registou-se ainda o número mais baixo de novos casos confirmados desde o início de fevereiro, além de ter sido a primeira vez que Hubei reportou menos de dois mil novos casos diários desde 2 de fevereiro, escreve o jornal “South China Morning Post”.
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