O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou esta terça-feira que pedirá ao seu Governo para aprovar, no domingo, o seu plano de anexar partes da Cisjordânia, ao abrigo do plano de paz hoje apresentado pelos Estados Unidos.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou hoje na Casa Branca a sua "visão" para um plano de paz no Médio Oriente, falando de "solução realista de dois estados" e anunciando Jerusalém como "a capital indivisível de Israel", numa proposta que Netanyahu classificou como "excecional".
Os Estados Unidos clarificaram que, com esta proposta, Israel poderá anexar os colonatos na Cisjordânia, a qualquer momento, num dos pontos que receberá a oposição dos dirigentes palestinianos, que já criticaram o plano de paz norte-americano.
Jonathan Urich, porta-voz do primeiro-ministro israelita, disse que o plano do seu Governo é fazer com que todo o vale da Jordânia e todos os colonatos israelitas fiquem de imediato sob controlo de Israel.
Minutos depois da apresentação do plano de paz por Donald Trump, o embaixador dos EUA em Jerusalém, interrogado pelos jornalistas sobre se Israel poderá anexar os seus colonatos na Cisjordânia, disse que todas as possibilidades estão em aberto. "Israel não precisa esperar por nada", disse o embaixador David Friedman, explicando que essa decisão não precisa aguardar pelo período de quatro anos.
Também o principal partido da oposição israelita, Azul e Branco, liderado por Benny Gantz, está de acordo com o plano de paz de Donald Trump e, em comunicado, disse hoje que ele é "perfeitamente consistente" com as posições políticas que esta força política tem defendido.
Contudo, o partido de Gantz chama a atenção para os riscos e dificuldades de colocar o plano em prática, insinuando que Netanyahu pode não ser um líder à altura do desafio.
"Para que a sua implementação seja possível, Israel deve avançar em direção a um Governo forte e estável, liderado por um indivíduo que possa direciona-lo com energia, garantindo a segurança do país", disse o partido, insinuando que Benny Gantz, que também reuniu com Donald Trump, na segunda-feira, na Casa Branca, poderá ser a pessoa melhor colocada para este momento histórico.
Numa cerimónia na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump apresentou o plano de paz para o Médio Oriente, explicando que a aceitação do nascimento de um estado palestiniano deve ficar condicionado a "uma clara rejeição do terrorismo".
Trump referiu-se sempre ao plano de paz como "a minha visão", dizendo que se outras soluções falharam no passado, por serem "muito leves", a sua sucederá, porque assenta num longo documento de 80 páginas e é "a mais arrojada".
O plano de paz propõe um estado palestiniano "desmilitarizado", que "viva em paz ao lado de Israel", apesar das críticas que têm sido feitas por líderes palestinianos ao programa hoje apresentado na Casa Branca, acusando-o de ser demasiado benevolente para com os interesses israelitas.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, congratulou-se hoje com o plano de paz norte-americano que, disse, reconhece a soberania de Israel sobre o Vale do Jordão e partes da Judeia e Samaria (Cisjordânia).
O plano já teve a reprovação do primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayeh, que o considera votado ao fracasso e destinado apenas a desviar as atenções políticas em Washington, no momento em que Donald Trump enfrenta um julgamento político no Senado, acusado de abuso de poder e obstrução ao Congresso.
Também o Presidente da Palestina, Mohamoud Abbas, já disse que o plano norte-americano é demasiado favorável para Israel e anunciou que impede o regresso à mesa de negociações, a menos que seja retirado e que os EUA reconheçam a solução de dois estados.