Tirar selfies com geishas passa a ser proibido em Quioto
A insistência dos turistas, que chegam a perseguir essas mulheres na rua, está a tornar-se um problema na cidade dos templos
A insistência dos turistas, que chegam a perseguir essas mulheres na rua, está a tornar-se um problema na cidade dos templos
Jornalista
Os turistas que visitam Quioto, a famosa cidade dos templos no Japão, estão proibidos de tirar selfies com as geishas. A regulamentação é uma resposta a comportamentos incómodos que são cada vez mais frequentes na cidade, e em particular no distrito de Gion, a principal zona das geishas.
Com o turismo em alta no país - mais de trinta milhões de visitantes por ano, com 40 milhões previstos para o próximo ano e 60 milhões em 2030 - o característico ambiente tranquilo de Quioto está a desaparecer. Além das beatas e outro lixo que muitos visitantes deitam por todo o lado, há grupos que perseguem as gueixas a fim de tirarem imagens com elas.
Conhecidas como geiko em Quioto (o termo 'geisha' é sobretudo usado em Tóquio; também se usa 'maiko' para designar uma aprendiz), treinadas para entreter clientes com música, dança, conversa e outras artes sofisticadas, elas são uma tradição japonesa muito antiga. Reconhecíveis pelos quimonos e pela sombrinha que muitas levam, muita gente procura tirar fotografias com elas, e a insistência torna-se por vezes agressiva.
A proibição agora imposta, que é apoiada por uma multa de 10 mil ienes (cerca de 83 euros) só se aplica nas ruas privadas, não nas públicas. Mas espera-se que os turistas tenham um comportamento educado em qualquer circunstância. Para os lembrar disso, a cidade está a distribuir autocolantes, e uma aplicação gratuita em chinês e inglês será disponibilizada assim que eles se encontrem a um quilómetro da cidade.
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