Relatório de Mueller será enviado ao Congresso mas numa versão editada
O anúncio foi feito pelo procurador-geral William Bar. Relatório será enviado ao Congresso em “meados de abril ou até mais cedo”, garantiu
O anúncio foi feito pelo procurador-geral William Bar. Relatório será enviado ao Congresso em “meados de abril ou até mais cedo”, garantiu
Jornalista
Depois de muita insistência, o Congresso norte-americano vê finalmente o seu pedido ser satisfeito. William Barr, o procurador-geral que tornou público uma pequena parte do relatório sobre o conluio, ou neste caso a ausência dele, entre a equipa de campanha de Trump às eleições presidenciais e Moscovo, anunciou esta sexta-feira que irá divulgar o documento “em meados de abril ou até mais cedo”. Há apenas um pequeno senão: é que o relatório será “editado” antes de chegar às mãos dos membros do Congresso.
Na carta enviada esta sexta-feira à tarde aos membros do Congresso, em que anuncia a divulgação do documento, William Barr não explica exatamente que edição será feita, referindo apenas que qualquer informação sobre as fontes e os métodos da investigação não será revelada, bem como informações que “possam pôr em causa a reputação e privacidade pessoal de terceiras partes envolvidas”. Também afirmou que não tenciona dar à Casa Branca acesso privilegiado ao relatório.
O anúncio veio aumentar ainda mais a suspeição em torno do documento, que foi resumido no domingo pelo procurador-geral em quatro páginas quando afinal, soube-se posteriormente, tem quase 400 páginas. “Já disse ao procurador e agora repito: o Congresso tem de ter acesso ao documento todo”, afirmou Jerrold Nadler, líder da Comissão Judiciária da Câmara dos Representantes.
Segundo o resumo do procurador-geral, não foram encontradas provas de que a equipa de campanha de Trump para as eleições presidenciais de 2016 “ou qualquer outra pessoa associada” se tenha “entendido ou coordenado com a Rússia nos seus esforços para influenciar as eleições”. Trump rejubilou com a alegada “exoneração” mas o procurador especial Robert Mueller, autor do relatório, avisou que apesar de não haver provas de “crime”, não é claro que o Presidente norte-americano não tenha “obstruído a justiça”, outra questão central da sua investigação de quase dois anos.
Em declarações aos jornalistas na Flórida, Trump disse “não ter nada a esconder” e ter “máxima confiança” no procurador-geral. Também voltou ao seu lema habitual: “Isto é um embuste, é uma caça às bruxas”.
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