William P. Barr, procurador-geral norte-americano, despachou o assunto do relatório sobre o possível conluio entre a equipa de campanha de Donald Trump e Moscovo num documento com quatro páginas enviado por 'e-mail' ao Congresso norte-americano, mas afinal o relatório tem mais de 300 páginas. A informação foi avançada pelo “New York Times”, que cita o Departamento de Justiça.
No domingo passado, William P. Barr fez chegar ao Congresso um documento com “as principais conclusões do relatório” do procurador especial Robert Mueller, incluindo a de que não foram encontradas provas de que a equipa da campanha eleitoral de Trump ou “qualquer pessoa a ela associada” se tenha “entendido ou coordenado com a Rússia nos seus esforços para influenciar as eleições presidenciais de 2016”. Trump respirou de alívio e escreveu no Twitter que era uma “vergonha” que um Presidente tenha sido “obrigado a submeter-se” à investigação do procurador-especial, que, afirmou, “começou antes mesmo de ser eleito”.
A Casa Branca, através da sua porta-voz, Sarah Sanders, reagiu no mesmo sentido, considerando que o relatório iliba “totalmente” o Presidente norte-americano. Uma conclusão que, na perspetiva do próprio Mueller, será precipitada. “Apesar de este relatório não concluir que o Presidente cometeu um crime, também não o exonera”, afirmou o procurador especial, referindo-se em específico à outra questão central do caso, que tem a ver com uma eventual obstrução à justiça por parte do chefe de Estado norte-americano.
Embora tenha feito chegar o documento de quatro páginas ao Congresso, William P. Barr recusou-se a falar sobre a dimensão do relatório de Mueller. Sabe-se agora que é composto por mais de 300 páginas, o que significa, segundo o “New York Times”, que o procurador-especial foi muito além dos habituais sumários pedidos pelo Departamento de Justiça.
O que estará lá escrito continua a suscitar a curiosidade de quase todos, ainda mais agora que se sabe que apenas uma ínfima parte do conteúdo foi relevada. Os democratas acusaram William P. Barr de sonegar deliberadamente informação, sobretudo tendo em conta que o procurador-geral e Mueller dispõem de visões completamente diferentes sobre as tentativas de obstrução da justiça por parte de Donald Trump. Também pediram para que o relatório fosse divulgado na íntegra, mas não é certo que isso venha a acontecer.
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