A Administração Trump suspendeu este domingo as sanções sobre o gigante do alumínio Rusal e outras empresas russas ligadas ao oligarca Oleg Deripaska, apesar da oposição do Partido Democrata e de alguns republicanos.
No início do ano, 11 senadores do Partido Republicano juntaram-se aos democratas na tentativa de manterem as sanções sobre a Rusal, a sua empresa-mãe, En+ Group Plc, e a empresa de energia JSC EuroSibEnergo. No entanto, refere a agência de notícias Reuters, os esforços revelaram-se infrutíferos perante a vontade oposta de Trump e da maioria dos republicanos.
Segundo os defensores da manutenção das sanções, Deripaska, um aliado do Presidente Vladimir Putin, mantém um grande controlo sobre as empresas. Além disso, para aqueles, um alívio das sanções seria inapropriado numa altura em que o procurador especial Robert Mueller ainda investiga o alegado conluio entre a campanha presidencial de Trump e a Rússia em 2016.
As sanções foram impostas em abril do ano passado para punir Moscovo por várias ações, nomeadamente a anexação da Crimeia em 2014, a alegada intromissão nas eleições americanas e o apoio ao Governo de Damasco na guerra civil da Síria.
“Níveis de transparência sem precedentes”
No entanto, o Departamento do Tesouro americano disse, em comunicado, que as três empresas reduziram a participação acionista direta e indireta de Deripaska e cortaram o seu controlo.
Estas medidas garantem que a maioria dos diretores nos conselhos de administração da En+ e da Rusal é independente, incluindo americanos e europeus, e sem ligações profissionais ou familiares a Deripaska ou a qualquer outra pessoa sujeita a sanções, acrescentava o comunicado. “As empresas também acordaram níveis de transparência sem precedentes com o Tesouro nas suas operações, ao submeterem-se a extensas auditorias em curso e a exigências de certificação e reporte”, conclui o documento.
O oligarca, que continua sujeito às sanções dos EUA, tem ligações a Paul Manfort, antigo diretor da campanha de Trump.
A Rusal é o maior produtor mundial de alumínio fora da China. As sanções à empresa estimularam a procura no mercado chinês, levando as exportações de alumínio da China a atingirem valores recorde no ano passado.
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