O Supremo Tribunal do Brasil autorizou esta quinta-feira que seja aberta uma investigação ao principal líder da oposição e rival de Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves, por alegada responsabilidade nos desvios de dinheiro dentro da petrolífera estatal Petrobras.
O pedido de investigação a Neves tinha sido apresentado pelo procurador-geral brasileiro, Rodrigo Janot, no passado dia 3 de maio e, segundo informações do processo divulgadas pelo tribunal, foi aceite esta quinta-feira pelo juiz Gilmar Mendes.
Um dos maiores críticos do governo do Partido dos Trabalhadores (PT), o senador do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é acusado de aceitar subornos da empresa estatal de eletricidade Furnas. O seu nome surgiu citado na investigação ao maior escândalo de corrupção da história do Brasil na sequência de uma denúncia pelo senador Delcídio de Amaral, antigo porta-voz do Governo no Senado, que quando foi detido em dezembro disse estar disposto a colaborar com as autoridades e a denunciar cúmplices para conseguir uma redução de pena pelos crimes de corrupção de que é acusado – tornando-se assim no maior delator do caso Lava Jato.
O Ministério Público quer saber se Aécio Neves, que Dilma Rousseff derrotou na primeira e segunda volta das eleições presidenciais de 2014, recebeu dinheiro desviado da empresa estatal Furnas Centrales Eletricas como Delcídio o acusa.
Nas 255 páginas de declarações e denúncias pelo ex-porta-voz do Governo PT são citados dezenas de políticos no poder e na oposição, entre eles Eduardo Cunha, membro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) que até há uma semana dirigia a câmara dos deputados. As acusações de Delcídio do Amaral são sustentadas por provas apresentadas às autoridades envolvidas na Lava Jato, entre elas agendas oficiais de Neves, listas de chamadas telefónicas e bilhetes de viagens de avião feitas pelo senador.
Entre os citados conta-se ainda Rousseff, o seu antecessor, Luiz Inácio 'Lula' da Silva, e o atual vice-presidente do Brasil, Michel Temer (PMDB), que esta quinta-feira deverá assumir interinamente a chefia do Estado se se confirmar os votos a favor da destituição de Dilma por uma maioria qualificada dos senadores (pelo menos 41 do total de 81).
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