Um total de 55 dos 81 senadores brasileiros já confirmaram que vão votar a favor do "impeachment" (destituição) da Presidente Dilma Rousseff, esta quinta-feira na conclusão da sessão extraordinária do Senado, a pedido de uma maioria dos deputados da câmara baixa do Congresso.
Para que Dilma fosse afastada do cargo, mesmo que temporariamente, era necessário que um mínimo de 40 senadores mais um aprovasse a destituição proposta pela câmara dos deputados no final de março, sob a liderança do atual vice-presidente brasileiro, Michel Temer, e do então líder dessa câmara, Eduardo Cunha, que entretanto foi afastado do cargo.
Ambos pertencem ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e ambos são suspeitos de corrupção na megainvestigação de corrupção batizada Lava Jato. Dilma acusa-os de liderarem os esforços para que fosse afastada da presidência, sob acusações (que desmente) de que manipulou os números da performance económica do Brasil para garantir a reeleição em 2014.
Se os 53 senadores cumprirem a promessa de votarem a favor da destituição de Dilma, numa votação por painel eletrónico que começa esta quinta-feira pelas 10h da manhã em Brasília (13h em Lisboa), a Presidente será de imediato suspensa do cargo, sendo substituída por Temer. O seu afastamento não pode ultrapassar os 180 dias, período durante o qual será julgada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
No início da sessão extraordinária na quarta-feira, o Presidente do Senado brasileiro apelou aos membros que o compõem que deixem as divergências de lado e tomem uma decisão responsável sobre a destituição de Dilma Rousseff. Essa primeira sessão foi uma maratona de mais de 16 horas consecutivas; será retomada e concluída esta quinta-feira.
De acordo com o gabinete da presidência, Dilma já gravou um vídeo que será divulgado nas redes sociais assim que o Senado ditar a sua destituição. A Presidente planeia ainda falar aos jornalistas na entrada administrativa do Palácio do Planalto logo após ser notificada formalmente da decisão dos senadores.
(Notícia atualizada às 10h47)
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