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Internacional

Um comando não foge

Um comando não foge
Alfredo Cunha

No dia em que a guerra acabou voltou para casa. E ficou à espera. Esperou que os portugueses se lembrassem dele. Viu centenas de companheiros serem perseguidos, fuzilados e enterrados em valas comuns. Não fugiu. E ninguém mais se lembrou dele. Um comando não foge. Mas pode chorar

Um comando não foge

Luís Pedro Nunes

Texto

Um comando não foge

Alfredo Cunha

Fotos

Traídos. Perseguidos. Esquecidos. Os militares guineenses que lutaram por Portugal antes do 25 de Abril não mereciam o que lhes fizeram. Se quisermos ser justos, os guerrilheiros pela libertação estão hoje no mesmo estado de abandono que os que serviram no exército colonial. Mas a diferença é que a ex-tropa portuguesa, nomeadamente as forças especiais, tiverem que sobreviver a uma purga brutal, de assassínios, fuzilamentos e ostracismo que durou até 1980. Pelo menos.

Números não se sabem. Sabe-se que foi Spínola, enquanto comandante militar da província, que começou um processo único nas guerras de África. E se bem que noutras colónias houvesse experiências similares de “africanização das tropas especiais”, este nível era um caso único. Nas suas companhias de comandos, os africanos estavam presentes até ao posto de capitão. A ideia inicial de Spínola era preparar um “exército para os guineenses” e explorar as fraturas existentes com os cabo-verdianos da liderança do PAIGC.

Em 1974, houve o compromisso de integrar estes homens num exército nacional. Mas o rancor e as contas por ajustar eram muitas. Vários fugiram para Portugal. O caso mais famoso é o de Marcelino da Mata, hoje tenente-coronel na reserva, o combatente português mais condecorado e que terá participado em mais de 2400 operações. Mas os que ficaram tiveram que fugir para países vizinhos ou esconder-se. Um número desconhecido acabou fuzilado. Um nome ecoa nos sobreviventes: Ramalho Eanes. Que terá ajudado a pôr fim às perseguições ao ameaçar a Guiné com um corte de relações. Esta é a mitologia entre os homens. Mas foi também o momento da queda de Luís Cabral e da ascensão de Nino Vieira à presidência.

Nem todos fugiram. António Mamadu Camará esteve em todas as grandes operações. No ‘Mar Verde’ que entrou na Guiné-Conacri. Na terrível Ametista Real, lá para cima em Guidaje que se infiltrou no Senegal, na zona de Cumbamori, para atacar uma base do PAIGC e que foi das mais fatais de sempre para os comandos. Porque haveria de fugir? Quando a independência chegou foi para casa, em Nova Lamego, rebatizada Gabu. E ficou à espera. Principalmente que o Estado português se lembrasse dele ou que os seus irmãos dos comandos o contactassem. De casa viu o que fizeram aos seus camaradas.

António Mamadu Camará, antigo comando que combateu por Portugal, mostra a fotografia com o fato de cerimónia.

Viu a grande purga de 1978 liderada por António Buscardini, o chefe da polícia política, que mandou fuzilar centenas de comandos e outros antigos militares da tropa colonial por medo de um alegado golpe de Estado que estaria a ser preparado por um ex-comando guineense. Os seus corpos foram enterrados, em valas comuns, nas matas de Cumeré, Portogole, Cuntima, Farirn, Bafatá, Cacheu, Canchungo, Pirada, Bambadinca, Biombo, Bissorã.

Não, não fugiu. A seu lado outros dois que foram soldados no exército português, um enfermeiro e um condutor, são mais palavrosos a lembrar esses dias de terror. Mamadu Camará vai buscar uma fotografia onde aparece com a farda dos dias de cerimónia.

Então começa a recitar o código dos comandos sem parar: “O comando ama devotadamente a sua pátria, estando sempre pronto a fazer por ela todos os sacrifícios. Constante exemplo de energia, de amor ao trabalho, de dedicação e de lealdade aos chefes, não discute as ordens que recebe, não admite nem conhece embaraços ou resistências à sua integral execução.”

António Mamadu Camará, comando que nunca fugiu, volta a cara e chora um pouquinho.

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