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Internacional

O depósito da História

O depósito da História
Alfredo Cunha

Há estátuas, ou pedaços de estátuas, espalhados por todos os lados. Há borboletas esvoaçantes que rodopiam por entre as flores violeta, mesmo ao lado dos canhões decadentes que eram usados para defender a fortaleza. Há memórias antigas do salazarismo que agora repousam no sítio onde os portugueses ali puseram pé pela primeira. E há uma história mal contada. Mas depende da perspectiva de quem a conta

O depósito da História

Luís Pedro Nunes

Texto

O depósito da História

Alfredo Cunha

Fotos

Ao rumar a norte para Cacheu chegamos a chão manjaco - onde os portugueses aportaram pela primeira vez, em 1446. Na fortaleza, ou melhor, no fortim estão recolhidas dos pedestais de toda a Guiné (quem sabe para ali terem um derradeiro destino) as estátuas do salazarismo. Já inclinado sobre as costas, mas elevado a perscrutar o horizonte, eis o navegador Diogo Gomes, o primeiro a entrar pelos rios do grande reino de Gabu, através de uma ilha na foz do Cacheu, para onde entraram e saíram os portugueses na sua aventura ultramarina por África que terminou há 40 anos.

O funcionário da Câmara abre o portão do forte quase quadrado, de 26 por 24 metros, onde se juntaram as estátuas glorificadoras dos Descobrimentos que o Estado Novo espalhou pelas colónias na altura da Exposição dos anos 40. Há qualquer coisa irreal quando se entra. No interior, as estátuas parecem descansar sobre as muralhas e a erva que encontra ali alguma frescura acolhe centenas de borboletas que agora dançam à volta de Nuno Tristão, o primeiro navegador a chegar ao que chamamos hoje Guiné, ou Honório Barreto o governador negro de Cacheu com os seus belos bigodes de bronze revirados.

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Correu-se o risco de as estátuas desaparecerem. Já sobram poucas. Umas foram derretidas, outras destruídas, algumas foram pilhadas. Em 2004, procedeu-se a uma reabilitação do forte e ao reagrupamento das estátuas que estavam espalhadas. E ficaram em Cacheu, local onde fora fundada a Companhia da Costa da Guiné, a promover o comércio de tecidos manufaturados, marfim e escravos.

Estátua de Honório Barreto, antigo governador de Cacheu
Alfredo Cunha

Olha, o Honório Barreto! Já a Câmara tinha um busto dele guardado cuidadosamente (bem à vista). Barreto desempenhou altas funções, de capitão-mor a governador, entre 1834 e 1859. Foi um exemplo usado pelo Portugal colonialista. Eis a prova de como um autóctone podia ascender a altos cargos na administração portuguesa desde sempre. Havia um detalhe: Honório Barreto dirigiu com a mãe um negócio de comércio de escravos. Nunca foi uma figura querida para a elite guineense que lutou pela libertação.

“Então, e mesmo assim Honório Barreto também aqui está?” Lancei em jeito de ver como pegava. “A história do Honório Barreto está muito mal contada”, replicou o homem da Câmara Municipal com pressa de ir almoçar. Hoje, com os documentos que temos e as leituras de novos factos, podemos dizer que a sua ação não é como os portugueses disseram. Honório Barreto foi um pacificador. A história, a luz com que se lê a história, muda como as horas do dia.

Junto à estátua de Diogo Gomes, na fortaleza de Cachéu

Ao lado, o pequeno restaurante da senhora que trabalhou no Algarve, mas voltou também com uma vida tranquila para a foz, espera um tempo pacificador na Guiné que permita a chegada de turistas para ver a reserva natural e discutir a história de Cacheu na esplanada. Até lá, só tem arroz com caldo de mancarra (pasta de amendoim). É excelente!

Mas, 40 anos depois da independência, na Guiné-Bissau, de norte a sul, ouve-se dizer como se fosse um ditado popular: “Este é um país que teve sorte com tudo. Menos com os políticos.”

Ali, em Cacheu, alguma da latoaria que ficou do salazarismo colonialista está guardada num fortim de memória e faz parte de um passado que nunca voltará. Mas cá fora suspira-se por uma tranquilidade que nunca chegou verdadeiramente com a esperança da independência. Mas que só com má vontade pode parecer saudosismo.

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