• Expresso
  • Tribuna
  • Blitz
  • Boa Cama Boa Mesa
  • Emprego
  • Expressinho
  • O Mirante
  • Exclusivos
  • Semanário
  • Jogos
  • Subscrever newsletters
  • Últimas
  • Economia
  • Revista
  • Tribuna
  • Blitz
  • Opinião
  • Podcasts
  • Jogos
  • Newsletters
  • Geração E
  • Expressinho
  • Webstories
  • Política
  • Sociedade
  • Internacional
  • Cultura
  • Multimédia
  • Sustentabilidade
  • Tribuna
  • Blitz
  • Boa Cama Boa Mesa
  • Inimigo Público
  • Prémios do Imobiliário
  • Expresso SER
  • Longevidade
  • Expresso BPI Golf Cup
  • Expresso Emprego
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Tik Tok
  • RSS
ExpressoExpresso
  • Exclusivos
  • Semanário
ExpressoExpresso
  • Últimas
  • Economia
  • Revista
  • Tribuna
  • Blitz
  • Opinião
  • Podcasts
  • Jogos
  • Newsletters
Por
  • Soluções de energia verde

    Soluções de energia verde

  • Saiba Mais

Internacional

Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal

Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal

Há quase meio século que um homem espera sentado numa canoa na margem do rio Corubal. Não tem nada. Apenas a mágoa de ter sido abandonado, uma revista antiga e um velho cartão de combatente. Espera pelos antigos companheiros que o venham buscar, junto às águas que servem de cemitério para dezenas de portugueses

Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal

Luís Pedro Nunes

Um 'fuzo' esquecido junto aos mortos do Corubal

Alfredo Cunha

Fotojornalista

5 DE FEVEREIRO DE 1969, CHECHE

Aquele rio parece calmo. Mas tem mortos e vivos que querem ser levados para cá. Em fevereiro de 1969, nove meses após ter sido nomeado governador militar da Guiné, Spínola manda retirar de Madina do Boé. Era um esforço militar inútil. Um quartel isolado a sul de Nova Lamego (hoje, Gabu), cortado por um rio, constantemente fustigado pelo PAIGC, colado à fronteira com Conacri. Essa pequena língua de terra não valia o esforço militar. Mas a travessia do rio Corubal iria ficar associada a uma das maiores tragédias militares portuguesas. E Madina do Boé seria o local onde se proclamaria unilateralmente a independência, em 1973.

Ainda hoje é uma longa e penosa viagem até à passagem do rio Corubal. De Bissau aponta-se a Leste até Gabu e é tudo alcatrão. Umas horas de viagem. Depois, em pista de terra vermelha, vira-se a sul de Conacri para Cheche. Queríamos chegar a Madina do Boé. Mais precisamente ao antigo quartel e ao monumento da independência que lá dizem existir. Mas o Corubal não quis. Do lado de lá está a jangada que consegue transportar viaturas. Mas não atravessa porque o rio está cheio e a corrente forte de mais. Só em outubro. E o que atravessa? São canoas, escavadas a um tronco, com um remador. Levam até motorizadas, mulheres com bebés. É uma operação de risco. O remador avança furiosamente em direção a montante e é arrastado pela corrente até um ponto neutro. Depois desse ziguezague é preciso repetir a operação até conseguir chegar à margem de lá. Uns 200 metros.

Na margem do rio Corubal
Alfredo Cunha

É assim que se percebe o poder brutal da corrente do Corubal, que levou a vida a 47 militares portugueses na noite de 5 para 6 de fevereiro de 1969. A companhia de Caçadores 1790 já tinha percorrido os 30 quilómetros entre o quartel e a margem, com forte apoio aéreo para não ser atacada. O atravessamento do material militar e das viaturas foi feito exatamente com pirogas dessas, com lacas de madeira e um zebro de borracha a empurrar. Foram 28 viaturas pesadas, 100 toneladas de munições, três autometralhadoras e 500 homens. Já de madrugada, na última passagem, quando a jangada vinha carregada de homens, o comandante da operação decide mandar umas morteiradas para uns alegados locais do PAIGC. Os homens a meio do rio entram em pânico por não saberem de onde vem a fogachada. A barcaça começa a cuspir homens vestidos e carregados de munições. Morreram 47. A maioria ficou para sempre naquele rio. Alguns foram enterrados nas margens.

Antigo fuzileiro português com um exemplar da revista "Combatente"
Alfredo Cunha

E, contudo, há ali um que espera que o venham buscar. Está sentado numa canoa. Aliás, disse-o logo: “Sou fuzileiro especial português Silai, curso NATO, quero ir para Portugal. Estou à espera que me venham buscar.” Esta é uma das muitas histórias que se misturam em remoinho na margem do rio Corubal. Não tem nada. Ou melhor, tem mágoa por ter sido abandonado pelos seus camaradas fuzileiros. Mostra uma revista “Combatente” já muito usada com uma foto de uma reunião de antigos ‘fuzos’ da Guiné: “Somos colegas.” Esteve fugido 20 anos para não ser morto. “Andei pelo Burkina Faso.” E o Burkina é muito longe.

Loading...

E chegam outras pessoas que querem contar histórias. No início, nada. Agora saem como numa nascente de água, às golfadas. Sobre a morte dos portugueses. De como nos dias seguintes à tragédia apareceram uns helicópteros e não conseguiram levantar os corpos do rio, de como durante anos aparecerem malas e objetos...

<< volte ao início

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate

Internacional

  • Reino Unido

    Ativistas projetam vídeo de Trump e Jeffrey Epstein no Castelo de Windsor durante visita ao Reino Unido

    SIC Notícias

    Expresso

    Agência Lusa

  • Internacional

    Principal suspeito do caso Madeleine McCann libertado da prisão na Alemanha

    Mariana Adam

  • Guerra no Médio Oriente

    400 mil palestinianos já abandonaram a Cidade de Gaza: exército israelita abre nova rota de evacuação

    Expresso

  • A História repete-se

    Exploração e violência: a História do Estado Livre do Congo, “propriedade” de Leopoldo II, rei dos belgas (1885-1909)

    Henrique Monteiro

    Lourenço Pereira Coutinho

    Tomás Delfim

+ Exclusivos
+ Artigos
  • Palavras Cruzadas

    Palavras Cruzadas nº 1309

    Atlântico Press

  • Sociedade

    Operação Influencer: equipa de procuradores perde magistrado mais experiente que não será substituído

    Rui Gustavo

    Hugo Franco

  • Opinião

    Ventura para todo o serviço

    Daniel Oliveira

  • Autárquicas 2025

    As eleições presidenciais também entraram no debate de Sintra

    Eunice Lourenço

+ Vistas
  • Blitz

    Marco Rodrigues: “Em Moscovo as pessoas andam com a cabeça para baixo, ninguém olha ninguém. Mas vi pessoas a chorar no meu concerto, famílias em apneia”

  • Inimigo Público

    Inimigo Público: Príncipe Harry recebido em Inglaterra com cartazes “vai para a tua terra, volta para a Comporta”

  • Cinema

    Robert Redford (1936-2025): “Em Hollywood é tudo negócio. Eu acredito que a arte deve ser mais independente”

  • Sociedade

    Direito à praia: quando a Constituição bate em cancelas, parques pagos e resorts exclusivos

  • Humor à Primeira Vista

    Pedro Leandro: “A minha avó portuguesa é das pessoas mais engraçadas que conheço, tem a personalidade de uma drag queen. O meu sentido de humor vem dela”

  • Consulta Aberta

    “Uma garrafa de água tem uma lista de ingredientes maior que a do vinho. O álcool é cancerígeno, como é que circula livremente?”

  • Segurança

    Chefe da PSP numa unidade de violência doméstica acusado pelo Ministério Público de agredir e ameaçar a mulher

  • Trabalho

    “Se achas que não é mau para os trabalhadores, olha para a cara de satisfação dos patrões”: esquerda afina argumentos contra reforma laboral

+ Vistas
  • Consulta Aberta

    Carina Ferreira Borges: “O álcool é responsável por sete tipos de cancro, é tão cancerígena como o tabaco”

  • Isto é Gozar com Quem Trabalha

    “O doutor Cristovão é jurista, no Direito há um período de nojo. É que casou-se há três meses e já quer casar outra vez”

  • País

    Mais de 10 feridos em colisão entre comboios turísticos em Tavira

  • Desporto

    Bruno Lage despedido, Benfica a negociar com José Mourinho

  • País

    Grupo criminoso PCC terá estabelecimentos comerciais, imóveis e investimentos em futebol em Portugal

  • Eleições Autárquicas

    Carlos Moedas, Alexandra Leitão, João Ferreira e Bruno Mascarenhas: quem teve melhor nota no debate?

  • Olhares pelo Mundo

    Mais de 60 contentores caem de navio português nos EUA

  • País

    Orcas voltam a colocar em risco veleiro ao largo da Costa da Caparica

ExpressoExpresso
  • Subscrever
  • Exclusivos
  • Newsletters
  • Semanário
  • Estatuto editorial
  • Código de Conduta
  • Ficha Técnica do Expresso
  • Política de cookies
  • Política de privacidade
  • Termos de utilização
  • Contactos
  • Publicidade
  • Ficha técnica da Blitz
  • Estatuto editorial Blitz
  • Blitz 40 anos - Aviso Privacidade
  • Configurações de privacidade
Siga-nos
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Tik Tok
  • RSS