Madrid, uma cidade como a vida

À sua volta, diversos palácios e edifícios reais criam um ambiente único de património, história e natureza, que envolve o visitante na herança e tradição de Madrid enquanto sede das cortes reais e do próprio Estado espanhol ao longo dos últimos séculos de história. Um refúgio outrora exclusivamente principesco agora usufruído por todos, habitantes locais e visitantes, onde o passado se mistura com o presente na construção de um futuro cada vez mais inclusivo, tal como Madrid, onde a história se mistura, também, com a vida do dia a dia: pastelarias, cafés e lojas para todos os gostos – das mais tradicionais às mais arrojadas, que deram outra vida à tradição do artesanato madrileno.

O passeio pode continuar depois pela emblemática Plaza Mayor e daí seguir, talvez, até à Puerta del Sol, baixando depois pela conhecida Calle Alcalá, para visitar o famoso “triângulo da arte”, composto pelos museus do Prado, Thyssen-Bornemisza e Reina Sofia. Ou então partir à descoberta de outros locais quiçá menos óbvios, como o Museu de Artes Decorativas, o Observatório Astronómico Real ou o Jardim Botânico. E depois aproveitar talvez, para respirar o ar puro do Retiro, esse enorme enclave verde em pleno centro da capital, feito de sol, água e natureza, porque a vida também é feita destas pausas, como os madrilenos tão bem sabem.

O flamenco e o mundo inteiro à mesa de uma cidade

Apesar das centenas de quilómetros que separam Madrid da província da Andaluzia, é na capital que a música, dança e canto flamenco, Património da Humanidade desde 2010, tem uma das suas máximas representações. Trata-se do “tablao” do Corral de la Morería que, com mais de 60 anos de existência, é considerado o mais antigo e famoso do mundo.

Outro património imaterial da cidade é a gastronomia, a sua e dos outros, porque em Madrid todos são bem-vindos. Aliás, esta variedade de sabores que aqui se encontram e se misturam, de toda a Espanha e de todo o planeta, é quase única a nível mundial. Do chef mais sofisticado às tabernas mais tradicionais, são cerca de três mil os restaurantes existentes na capital, sendo que tendência dos últimos anos é um encontro entre estas duas realidades aparentemente tão distintas, materializado numa nova cozinha, feita de produtos autóctones e sabores castiços, mas nem por isso menos criativa.

Mas quem preferir a tradição, tal e qual ela sempre foi, também tem muito por onde escolher, entre restaurantes centenários, que além de toda uma história dedicada ao bem servir, são hoje também espaços culturais e turísticos indissociáveis da vida da cidade. E nesta constelação, há quem brilhe ainda mais, como as 20 estrelas Michelin que Madrid ostenta na lapela e a tornam numa das capitais mundiais da boa mesa.

Um dos mais recentes astros desta exclusiva galáxia é o Saddle, um restaurante liderado pelo chef Adolfo Santos, que arrecadou a sua primeira estrela Michelin em dezembro de do ano passado. Destacam-se ainda o DiverXo, de Dabiz Muñoz, com três estrelas; o Coque, de Mario Sandoval, con duas; ou o El Invernadero, de Rodrigo de la Calle, que além de ter confirmado a sua estrela na edição de 2021 do prestigiado guia, recebeu também a nova estrela Verde, criada para dar visibilidade aos restaurantes comprometidos com uma gastronomia sustentável.