Bairro Feliz

Terapia musical e voleibol de praia para melhorar a vida de bairro

O Bairro Feliz também passa por Viseu
O Bairro Feliz também passa por Viseu
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Na 3ª edição do projeto do Pingo Doce, a que o Expresso se associa, vamos andar por todos os distritos do país a conhecer 50 ideias de 50 pessoas para mudar os seus bairros ou para melhorar a vida de todas as comunidades nas mais variadas áreas, porque da participação dos habitantes se faz um Bairro Feliz. Conheça cinco histórias a cada semana e consulte toda a informação sobre o Bairro Feliz no final do artigo

Terapia musical e voleibol de praia para melhorar a vida de bairro

Tiago Oliveira

Jornalista

Marco Almeida, Lamego (Distrito de Viseu)

A equipa e os utentes da Associação Portas P'rà Vida

“Desenvolvemos várias terapias sendo que a terapia musical é uma delas”, explica Marco Almeida, membro da direção da Associação Portas P'rà Vida. “Contudo é aquela em que temos mais necessidade de melhoria”, admite. Por isso a ideia que apresenta para a melhoria da vida da comunidade passa pela aposta “num equipamento denominado Soundbeam” que “usa sensores que traduzem qualquer gesto físico em notas musicais, permitindo que as pessoas de todas as habilidades criem música”. Conta o responsável que “os benefícios nas crianças e nos adultos é bastante notório, pois proporciona um meio através do qual mesmo os indivíduos que têm profundas deficiências físicas ou dificuldade de aprendizagem podem tornar-se mais expressivos e comunicativos utilizando a música e o som”. O objetivo é “desenvolver uma oficina específica onde os nossos utentes podem dar aso à sua criatividade, servindo igualmente de terapia sensorial que permitirá a estimulação e desenvolvimento cognitivo o que poderá contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida e bem-estar, bem como para a promoção da inclusão social através da música”.

Pedro Riquito Marques, Viseu

A secção de voleibol da Associação de Veteranos de Viseu

Tudo começou com um grupo de amigos que pretendia “canalizar a paixão desportiva" por uma modalidade com pouca implantação na região. Foi assim que Pedro Riquito Marques fundou a secção de voleibol da Associação de Veteranos de Viseu que se juntou à secção de futebol que já existia e começou a dinamizar o desporto na cidade. À vontade de jogar juntou-se a vontade de oferecer competição amigável aos membros e apresentar o desporto à comunidade: assim surgiu o torneio de voleibol de praia que já conheceu sete edições e que, no certame mais recente, juntou 15 equipas com “o participante mais novo a ter 16 anos e o mais velho 66 anos”. 50 anos de diferença que mostram a mudança de mentalidades gerada a partir de um evento em que, além da promoção da modalidade, há a intenção de “passar mensagens ligadas à qualidade de vida, desde a proteção do sol ao consumo de frutas”. Todos levam um troféu numa celebração da amizade que é “o contributo” para a implantação do voleibol numa zona onde podem começar a surgir mais atletas com apoio da comunidade.

Lina Gomes, Coimbra

O trabalho em comunidade é uma constante na Sol Eiras – Associação de Solidariedade e Cultural

“Para promover estilos de vida saudáveis e melhorar a interação entre os utentes e a comunidade é importante desenvolver eventos de cariz socioculturais adequados à faixa etária do utente”, garante Lina Gomes, presidente da direção da Sol Eiras – Associação de Solidariedade e Cultural. E qual é a ideia para acomodar esta meta? “Um projeto sénior que abrangesse a vertente do voluntariado e simultaneamente contemplasse o acompanhamento dos utentes a visitas a museus, exposições, idas ao cinema, teatro, concertos, conferências, passeios, projeção de filme”. Como lembra a responsável, “é importante a participação, ocupação e vida social dos nossos utentes, mas acima de tudo ir ao encontro dos seus interesses pessoais”.

Pedro Silva, Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra)

A selfie de Pedro Silva

Preservar e dar a conhecer o património natural e cultural da Catraia de São Paio é o fulcro do trabalho da Associação Recreativa Cultural Catraiense, conta o vice-presidente, Pedro Silva. A ideia que têm implementado para melhorar a vida comunitária passa por promover percursos na natureza, sejam “pedestres, de bicicleta btt ou de carros todo-o-terreno". O objetivo é “não deixar morrer os trilhos” para “mostrar zonas que tenham interesse histórico”, até porque estamos perante uma “zona única entre dois rios [Alva e Mondego]” e que não só as pessoas de fora visitem mas também os habitantes conheçam melhor e se sintam mais unidos em prol de uma atividade em comum que liga todos em prol da preservação natural.

Arménio Oliveira, Mealhada (distrito de Aveiro)

A capela de São José, em Ventosa do Bairro, foi decorada com o trabalho do grupo de croché

Para o membro da direção do Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ventosa do Bairro, Arménio Oliveira, “faltam espaços de lazer". É preciso apostar mais nesta vertente não só na aldeia situada no concelho de Oliveira do Hospital mas também um pouco por todo o país, até porque “manter uma vida social no círculo familiar e fora de casa é essencial” pois “caso o idoso fique apenas na sua residência, pode sofrer de problemas como depressão, ansiedade e solidão”. Ou seja, “sair de casa para ter momentos de lazer com os colegas faz com que se sintam acarinhados e incluídos no quotidiano”. É também essencial promover a participação “em grupos com afinidades em comum”, como acontece, por exemplo, com os grupos de croché, que recentemente decoraram a capela de São José na aldeia. Atividades comunitárias como esta são “excelentes maneiras de manter a vida social e as amizades” e “tudo isto ajuda a exercitar a mente e a saúde física e emocional”.

O que é o Bairro Feliz

O projeto

O Bairro Feliz é um projeto do Pingo Doce que conta com o apoio do Expresso e que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida nos bairros. Para isso é lançado um desafio onde entidades locais públicas ou privadas (associações, IPSS, fundações, cooperativas) ou grupos de vizinhos até cinco pessoas inscrevem projetos “que promovam um impacto positivo” nos seus bairros.

As ideias

Enquadram-se em seis áreas: ambiente; apoio animal; apoio social e cidadania; cultura, património, turismo e lazer; educação; e saúde, bem-estar e desporto. Estas são analisadas por um painel de jurados que faz uma primeira seleção e depois levadas a votação popular nas lojas.

O prémio

Cada vencedor ganha até €1000 para desenvolver o seu projeto.

Os prazos

As candidaturas serão avaliadas de 5 de julho a 9 de outubro e votadas nas lojas de 10 de outubro a 25 de novembro, dia em que serão também anunciados os vencedores.

Saiba mais

AQUI. E acompanhe no Expresso e na SIC.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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