Bairro Feliz

A felicidade nos bairros pode chegar por via do jiu-jitsu ou com a promoção da mobilidade. Saiba como

No distrito de Aveiro há várias ideias para fazer bairros mais felizes
No distrito de Aveiro há várias ideias para fazer bairros mais felizes
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Na 3ª edição do projeto do Pingo Doce, a que o Expresso se associa, vamos andar por todos os distritos do país a conhecer 50 ideias de 50 pessoas para mudar os seus bairros ou para melhorar a vida de todas as comunidades nas mais variadas áreas, porque da participação dos habitantes se faz um Bairro Feliz. Conheça cinco histórias a cada semana e consulte toda a informação sobre o Bairro Feliz no final do artigo

A felicidade nos bairros pode chegar por via do jiu-jitsu ou com a promoção da mobilidade. Saiba como

Tiago Oliveira

Jornalista

Ronaldo Luís, Amarante (Distrito do Porto)

Ronaldo Luís (segundo a contar da esquerda) com a família que também pratica jiu-jitsu

Tudo começou no Brasil, onde Ronaldo Luís nasceu e cresceu e onde a entrada no jiu-jitsu serviu como forma de melhorar a vida comunitária numa zona “com inúmeros casos de violência entre os jovens”. Foi aí que teve a oportunidade de “ver a transformação” e desde então soube que “em algum momento da vida teria a oportunidade de também ter um projeto como este”. Seguiu-se a mudança para Portugal e a chegada a Amarante, onde inicialmente não existia sequer a modalidade. Na altura viva uma “situação muito complicada financeiramente e não tinha nenhuma condição de arrendar a sala para iniciar os treinos”, mas a comunidade uniu-se e o caminho levou-o ao treino de bombeiro e a uma sala no quartel dos Bombeiros de Amarante, onde hoje continua a ensinar a arte marcial às crianças de todo o concelho. E por que não utilizar a modalidade para fins terapêuticos? Assim surgiu o jiu-jitsu dirigido a “intervenções comportamentais adaptadas para autistas”, a que também se dedica agora, com trabalho conduzido para “melhorar a autonomia, a qualidade de vida, melhorar o sistema cognitivo e, principalmente, lutar por uma vida melhor em termos de integração social”.

Rute Oliveira, Leça do Balio (Distrito do Porto)

Para a responsável pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Leça do Balio, a ideia que sugere para um Bairro Feliz passa por “promover a cooperação entre os Bombeiros Voluntários de Leça do Balio e a comunidade com o objetivo de combater vários problemas identificados no território”, que incidem sobretudo em áreas de intervenção como “saúde, social, económico e ambiental”. O projeto dá pelo nome de 100Limites e assenta na criação e implementação de “várias ações que contaram com o envolvimento da comunidade e de várias entidades locais parceiras” para ajudar a resolver "os problemas sociais que se sentiam” (e sentem) e para retribuir em ajuda comunitária prática o que a comunidade oferece aos bombeiros. Todos agradecem.

José Manuel, Sever do Vouga (Distrito de Aveiro)

A selfie de José Manuel, presidente da Associação Cultural e Recreativa de Pessegueiro do Vouga

Melhorar a vida desportiva dos jovens praticantes de patinagem esteve na origem da ideia que José Manuel apresenta e que pode sempre ser útil. Quisemos adquirir “alguns pares de patins” extra para “equipar a escola de patinagem e, dessa forma, criar melhores condições de aprendizagem a todas as crianças, meninas e meninos, que frequentavam e frequentam a Escola de Patinagem”, confessa o presidente da Associação Cultural e Recreativa de Pessegueiro do Vouga. Foi um “apoio” que “constituiu um importante incentivo com vista à melhoria das condições e dos equipamentos disponíveis para a aprendizagem da patinagem” e permitir que o desporto inclusivo chega a quem mais precisa.

Hugo Moreira, Aveiro

A associação Cicloeixo promove há 26 anos um passeio ciclo-turístico em Aveiro, naquele que é um dos maiores eventos do género na cidade

Já tem 26 anos, o evento e a ideia que coloca a Cicloeixo no mapa e que se assume como um promotor por excelência da circulação em duas rodas. Trata-se do “passeio ciclo-turístico” que é um dos maiores do género na cidade e que “reúne centenas de participantes num dia repleto de atividades”. A ideia atual, explica o responsável pela associação, Hugo Moreira, passa por tornar este evento ainda "mais agregador para a freguesia e restantes associações" para que "cada uma possa promover as suas atividades para que junto das centenas de participantes possam se dar a conhecer e até captar "talentos" para cada uma delas nas mais variadas áreas". É uma forma de ligar a comunidade entre si, até porque o “associativismo é o motor das localidades mais afastadas dos grandes centros urbanísticos e precisa de ser permanentemente estimulado para que não caía no esquecimento”.

Sílvia Machado, Figueira da Foz (distrito de Coimbra)

As responsáveis pelo projeto (Re)conectar Famílias. Sílvia Machado é a segunda a contar da direita

O objetivo do projeto “(Re)conectar Famílias” desenvolvido pela Associação Viver a Vida é “construir um ambiente promotor da resolução dos conflitos parentais”, conta a diretor do Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental inserido na associação, Sílvia Machado. Trata-se de uma ideia “única no concelho” e que se constitui “como um espaço neutro e idóneo que visa a manutenção ou restabelecimento dos vínculos familiares nos casos de interrupção, ou perturbação da convivência familiar”. É o contributo comunitário passível de ser aplicado noutras localidades que promove o “bem-estar das crianças” e melhora as “interações familiares”.

O que é o Bairro Feliz

O projeto

O Bairro Feliz é um projeto do Pingo Doce que conta com o apoio do Expresso e que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida nos bairros. Para isso é lançado um desafio onde entidades locais públicas ou privadas (associações, IPSS, fundações, cooperativas) ou grupos de vizinhos até cinco pessoas inscrevem projetos “que promovam um impacto positivo” nos seus bairros.

As ideias

Enquadram-se em seis áreas: ambiente; apoio animal; apoio social e cidadania; cultura, património, turismo e lazer; educação; e saúde, bem-estar e desporto. Estas são analisadas por um painel de jurados que faz uma primeira seleção e depois levadas a votação popular nas lojas.

O prémio

Cada vencedor ganha até €1000 para desenvolver o seu projeto.

Os prazos

As candidaturas serão avaliadas de 5 de julho a 9 de outubro e votadas nas lojas de 10 de outubro a 25 de novembro, dia em que serão também anunciados os vencedores.

Saiba mais

AQUI. E acompanhe no Expresso e na SIC.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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